A Embaixada da China emitiu um aviso para chineses que estão morando em Angola, lembrando que eles podem ser presos por minerar criptomoedas no país africano. O comunicado acontece dias após a Angola proibir a atividade de mineração.
Segundo o comunicado, mineradores podem pegar entre 1 a 5 anos de cadeia, além de ter todos os seus equipamentos e criptomoedas confiscados. A pena aumenta para 3 a 12 anos para quem furtar energia e para 3 a 8 anos caso estiverem usando energia do sistema nacional.
“Desde o ano passado, vários cidadãos chineses em Angola foram responsabilizados legalmente por participarem de mineração virtual e suspeitos de uso ilegal de eletricidade”, escreveu a Embaixada da China.
O texto também lembra que as criptomoedas são ilegais na China, deixando os dois países com uma visão política semelhante, podendo facilitar a cooperação entre as autoridades.
China está preocupada com chineses minerando criptomoedas em Angola
A China já chegou a ser o hub da mineração de Bitcoin e outras criptomoedas, mas perdeu seu posto para os EUA desde que baniu a atividade em 2021. Segundo dados da Universidade de Cambridge, a China detinha mais de 75% do poder de mineração do Bitcoin em 2019.
Sendo assim, é possível que mineradores chineses tenham imigrado para outros países para continuar trabalhando. Um desses países seria a Angola, que recentemente também baniu a mineração de criptomoedas. Segundo os dados mais recentes da Cambridge, o país detém apenas 0,01% do hash rate do Bitcoin.
Em texto publicado pela Embaixada da China em Angola, as autoridades lembram que seus cidadãos devem “cumprir rigorosamente as leis” e “não se envolver em atividades de mineração de moedas virtuais”.
Aproveitando o comunicado, a Embaixada também nota que “as moedas virtuais não têm curso legal, não têm suporte de valor real e são facilmente manipuladas”, pedindo para que chineses não acreditem em promessas de que o Bitcoin vai “sempre subir e nunca cair”.
As críticas continuam. Em relação à própria mineração, o governo chinês nota que a atividade afeta a segurança e estabilidade do sistema de energia de Angola, dificulta o desenvolvimento econômico e social, dentre outros pontos.
“[As criptomoedas] podem facilmente perturbar a ordem econômica e financeira e gerar atividades ilegais e criminosas, como jogos de azar, angariação ilegal de fundos, fraude, esquemas de pirâmide e lavagem de dinheiro.”
Apesar de tudo isso, Hong Kong aprovou ETFs de Bitcoin e Ethereum na semana passada, agraciando subsidiárias de grandes gestoras chinesas.
Atualmente é até difícil avaliar a posição da China. Afinal, se as criptomoedas são tão ruins assim, por que elas estão sendo oferecidas aos seus cidadãos?