O Bitcoin alcançou os US$ 72.000 no início do mês após os ETFs registrarem um de seus melhores desempenhos do ano. No entanto, agora esses mesmos ETFs estão pressionando a moeda digital, que perdeu 11% de seu valor nos últimos 11 dias.
Isso porque as saídas chegam a R$ 4,8 bilhões (US$ 878,9 milhões) desde o dia 10 de junho até esta quarta-feira (19).
O pior desempenho fica para o FBTC da Fidelity, 3º maior do mercado, com saídas de R$ 2 bilhões (US$ 372 milhões) no período. Na sequência aparece o GBTC da Grayscale, com outro R$ 1,8 bilhão (US$ 339 milhões) no vermelho.
O único que registrou um fluxo positivo foi o IBIT da BlackRock. Mesmo assim, a soma é de apenas R$ 226 milhões (US$ 41,6 milhões), longe de ter algum impacto no mercado.
Gatilho pode ter sido dados da economia americana
A queda do Bitcoin começou logo após os EUA divulgarem dados sobre sua economia. No dia 7, uma sexta-feira, o Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS) apontou para um crescimento no número de empregos nos EUA, um claro sinal de que a economia continua aquecida mesmo com as altas taxas de juros.
Na semana seguinte, o BLS revelou que a inflação de maio ficou zerada, mas ainda longe da meta anual de 2% do Fed. No mesmo dia, Jerome Powell revelou que essa meta pode ser alcançada só em 2026.
Em outro gráfico, o BC americano notou que a redução dos juros será gradual e bastante lenta. Acompanhando o gráfico anterior, o Fed estima que os juros chegarão a 3% apenas em 2026. Atualmente eles estão entre 5,25% e 5,5%.
Portanto, essas informações podem ter assustado Wall Street, fazendo com que gigantes vendessem seus bitcoins nas últimas semanas. No momento desta redação, o Bitcoin está cotado a US$ 65.000.
Conforme os gráficos não mostram nenhum grande suporte na região, analistas acreditam que o BTC pode cair para os US$ 60.000 em breve.
ETFs de Ethereum devem ser lançados no início de julho, dizem especialistas
Outra notícia ligada a Wall Street são os ETFs de Ethereum, aprovados pela SEC no mês passado. Segundo Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, eles devem ser aprovados no início de julho.
“Estamos adiantando nossa data de previsão para o lançamento do ETF de Ether para 2 de julho.”
“Ouvi dizer que a equipe enviou hoje comentários aos emissores sobre os formulários S-1 […] pedindo que respondam em uma semana”, escreveu Balchunas. “Há uma boa chance de que trabalhem para declará-los efetivos na semana seguinte e tirar isso da agenda antes do fim de semana prolongado.”
UPDATE: we are moving up our over/under date for the launch of spot Ether ETF to July 2nd, hearing the Staff sent issuers comments on S-1s today, and they're pretty light, nothing major, asking for them back in a week. Decent chance they work to declare them effective the next… https://t.co/XJZ8JLwEFF
— Eric Balchunas (@EricBalchunas) June 14, 2024
Embora isso possa ser positivo para o mercado, é possível que investidores institucionais movam parte de seus bitcoins para o ethereum. Portanto, podem continuar pressionando o BTC.
Por fim, vale lembrar que a Grayscale possui bilhões em ETH em seu fundo que será convertido para ETF. Portanto, é possível que o ETHE pressione o ETH assim como o GBTC fez com o BTC.
