Robert Mitchnick, head de ativos digitais da BlackRock, não acredita que o mercado tenha interesse em ETFs de outras criptomoedas. Além de administrarem o maior ETF de Bitcoin do mundo, a BlackRock lançou um ETF de Ethereum nesta semana.
A expectativa, portanto, é que mais projetos cheguem à Wall Street, principalmente pelo grande volume de negociação registrado nos lançamentos desses dois produtos.
No entanto, o argumento de Mitchnick é que o Bitcoin domina 55% do mercado e o Ethereum outros 18%. Após isso, outras criptomoedas, como BNB e Solana, representam uma fatia muito menor, de apenas 3%.
Gestoras não lançarão ETFs de outras criptomoedas?
Ao contrário do Bitcoin, há um grande debate sobre o Ethereum ser uma commodity ou um valor mobiliário. Sendo assim, o lançamento de seu ETF acabou abrindo às portas para outras criptomoedas que enfrentam a mesma questão regulatória.
No entanto, a BlackRock não parece estar interessada em lançar mais ETFs. O motivo seria o tamanho dos outros projetos. A explicação foi dada por Robert Mitchnick, head de ativos digitais da BlackRock, na conferência Bitcoin 2024.
“Não acho que vamos ver uma longa lista de ETFs de criptomoedas.”
“Se você pensar no Bitcoin, hoje ele representa cerca de 55% do valor de mercado. O ETH está em 18%. O próximo ativo investível plausível está em 3%”, disse Mitchnick. “Simplesmente não está perto de atingir esse limiar ou histórico de maturidade, liquidez, etc.”
Segundo dados públicos, hoje a BlackRock possui mais de 338 mil bitcoins e outros 79 mil ethers em suas carteiras. As quantias são equivalentes a R$ 129 bilhões e R$ 1,4 bilhão, respectivamente.
Bitcoin e Ethereum não competem entre si, diz BlackRock
Com a conversa se aproximando do fim, Robert Mitchnick explicou que a BlackRock não enxerga o Bitcoin e o Ethereum disputando espaço. O motivo seria a diferença dos dois projetos, um servindo como um ouro digital e o outro como um petróleo digital.
“Não vemos Bitcoin e Ethereum realmente como concorrentes. O que o Bitcoin está tentando ser é uma alternativa monetária global, um potencial sistema de pagamento global. O Ethereum não está realmente tentando ser isso.”
“O uso como reserva de valor no espaço cripto é um território definitivamente dominado pelo Bitcoin”, comentou Mitchnick. “O Ethereum está tentando fazer várias aplicações diferentes que, na maioria das vezes, o Bitcoin não está tentando fazer. Então, eles são mais complementares do que concorrentes ou substitutos.”
Sendo assim, isso seria outra explicação para a falta de interesse da BlackRock em lançar ETFs de outras criptomoedas. Afinal, muitas das maiores são concorrentes diretas do Ethereum, focadas em contratos inteligentes e tokenização.
O vídeo completo da conversa entre Robert Mitchnick, head de ativos digitais da BlackRock, e James Seyffart, especialista da Bloomberg em ETFs, pode ser assistido na íntegra abaixo.