Arthur Hayes, fundador da BitMex, publicou um longo texto nesta segunda-feira (11) abordando os impactos da eleição de Donald Trump. Segundo o bilionário, o novo presidente americano enfraquecerá o dólar, o que fará o Bitcoin chegar a US$ 1 milhão.
No momento desta redação, o Bitcoin está sendo negociado por US$ 86.200, um preço quase inimaginável poucos anos atrás. Portanto, previsões como a de Hayes também podem parecer infundadas hoje, mas podem se tornar concretas no longo prazo.
Arthur Hayes diz que Trump enfraquecerá o dólar e o Bitcoin será o principal beneficiado
Donald Trump falou tanto sobre a China durante seu primeiro mandato que isso acabou virando um meme. Em sua campanha de 2024, esse comportamento continuou e investidores chegaram a apostar se ele falaria “China” mais de 10 vezes em um único comício.
Arthur Hayes, bilionário das criptomoedas, aponta que a China se tornou a “oficina do mundo” em menos de três décadas, produzindo itens da mais alta qualidade com os custos mais baixos. Portanto, caso os EUA terão uma “tarefa gigantesca e incrivelmente cara” caso queiram ser competitivos.
“Estou falando de trilhões de dólares de financiamento bancário barato que deve ser disponibilizado para transferir a capacidade produtiva da China para os EUA”, comentou Hayes. A desvalorização do dólar também ajudaria nas exportações.
“Trump e seus tenentes monetários foram extremamente claros ao afirmar que adotarão políticas para enfraquecer o dólar e fornecer o financiamento necessário para repatriar a indústria americana.”
Seguindo, Hayes nota que o Partido Republicano controlará os três poderes do governo, facilitando a aprovação de quaisquer projetos. De qualquer forma, nota que o Partido Democrata também não deve oferecer resistência.
O bilionário aponta que um dos primeiros passos do governo será o incentivo a indústria de produção de bens e materiais essenciais, seguido pela isenção dos títulos do Tesouro e reservas do SLR (Supplementary Leverage Ratio), criada em 2008 para avaliar a alavancagem de bancos.
Finalizando, Hayes comenta que foi necessário imprimir US$ 4 trilhões para reduzir a dívida pública americana de 132% para 115% em relação ao seu PIB e que uma nova injeção de US$ 10,5 trilhões faria os EUA reduzi-la para 70%, nível que estava antes da bolha imobiliária.
“É assim que o Bitcoin chega a US$ 1 milhão, porque os preços são definidos na margem.”
“À medida que a oferta negociável de Bitcoin se reduz, a maior quantidade de dinheiro fiduciário da história estará em busca de um porto seguro, não apenas de americanos, mas também de chineses, japoneses e europeus ocidentais”, finalizou Hayes.
“Entre na posição e permaneça nela. Se você duvida da minha análise sobre o impacto do QE para as camadas menos favorecidas, basta ler sobre a história econômica da China nos últimos trinta anos, e entenderá por que chamo o novo sistema econômico da Pax Americana de “Capitalismo Americano com Características Chinesas”.”
Incentivos à indústria de criptomoedas
Além dessa possível valorização do Bitcoin com um dólar mais fraco, a própria indústria de criptomoedas também deve ser beneficiada por conta de uma regulação mais leve. Durante a conferência Bitcoin 2024, por exemplo, Trump afirmou que o país precisa de mais energia para competir com a China nos setores de mineração e IA.
“Precisamos produzir quantidades tremendas de eletricidade para IA e todas as outras coisas, incluindo as que vocês fazem, e nós vamos produzir para poder competir com a China e outros países”, disse Trump em julho.
Outro ponto é a indicação de nomes para cargos em agências que hoje fiscalizam o setor cripto, especialmente a SEC.
Segundo matéria publicada pelo Washington Post nesta segunda-feira (11), Trump pode indicar Daniel Gallagher, Hester Peirce ou Mark Uyeda para ocupar o lugar de Gary Gensler, sendo três nomes favoráveis às criptomoedas.
Somado a isso, também é destacado a proximidade de Elon Musk, Howard Lutnick e David Bailey ao novo presidente americano.