Pirâmide financeira com criptomoeda chega ao fim após movimentar R$ 120 milhões

Argyle Coin prometia ganhos relacionados a venda de diamantes e chegou a ser anunciada no Brasil.

Uma criptomoeda que foi amplamente divulgada no mundo todo é um grande esquema de pirâmide financeira. A afirmação foi feita pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC em sua sigla em inglês). Uma investigação aponta que a Argyle Coin foi utilizada em um esquema que enganou centenas de investidores.

Esquemas conhecidos como pirâmides virtuais são capazes de movimentar dezenas de milhões de reais. Enganando investidores com a promessa de lucros que não existem, esses esquemas podem ser a ruína de qualquer investidor.

Mais de R$ 120 milhões foram movimentados pelo esquema

A SEC dos Estados Unidos determinou que os negócios da Argyle Coins são considerados uma verdadeira pirâmide financeira. Em um comunicado à imprensa publicado nesta terça-feira (21), a comissão destaca as atividades da suposta criptomoeda. Para a SEC, não há dúvidas que a empresa por trás do esquema movimentou fundos de investidores lesados pelo negócio.

De acordo com a investigação, foram movimentados US$ 30 milhões, ou ainda, mais de R$ 120 milhões. A fortuna dedicada ao esquema Ponzi denunciado pela SEC pertence a um grupo de investidores dos Estados Unidos e do Canadá.

Criptomoeda misteriosa chegou a ser divulgada no Brasil

A investigação aponta que seriam cerca de 300 investidores os responsáveis por aplicações na Argyle Coin referente aos R$ 120 milhões. Essas pessoas seriam dos Estados Unidos e do Canadá. Contudo, a suposta criptomoeda chegou a ser divulgada em vários países e podem existir investidores em praticamente todo o mundo. No Brasil, a Argyle Coin chegou a ser noticiada no portal EXAME do grupo Abril.

A notícia datada de maio de 2018, foi um press realease publicado pelo site de notícias brasileiro. Na publicação, a informação é de que a Argyle Coin lançaria sua própria blockchain em breve.

Argyle Coin (Reprodução/Facebook)

José Angel Aman é o criador da Argyle Coin

O nome envolvido no esquema da Argyle Coin é de José Angel Aman. O suposto criador da criptomoeda movimentada o esquema investigado pelo SEC. Além de investigar o negócio, a comissão decidiu suspender permanentemente os negócios da Argyle Coin que possuía ligações com a venda de diamantes.

Segundo a investigação, Aman se apropriou indevidamente de mais de R$ 40 milhões de fundos investidos pelos clientes da Argyle Coin. De acordo com a SEC, o criador do esquema utilizou o dinheiro para pagar gastos pessoas, como aulas de equitação para o filho, por exemplo.

O diretor do escritório regional de Miami da SEC comentou sobre o esquema Ponzi promovido pela Argyle Coin. Eric I. Bustillo afirmou que Aman procurava constantemente encontrar novos clientes para a empresa.

“Como alegado, Aman operou uma teia complicada de empresas fraudulentas em um esforço para continuamente saquear investidores de varejo e perpetuar os esquemas Ponzi, bem como desviar dinheiro para si mesmo.”

Era através de novos clientes que os saques podiam mantidos. No esquema, o investimento de novos clientes supria os dividendos de antigos usuários da Argyle Coin, em um sistema conhecido como Ponzi, ou pirâmide financeira. O site da Argyle Coin já encontra-se fora do ar após a publicação da SEC dos Estados Unidos.

Suposta criptomoeda tinha ligação com venda de diamantes

O negócio da Argyle Coin foi apresentado como um investimento direto na venda de diamantes preciosos. O investimento parecia atraente aos olhos dos investidores que não esperavam por atividades ilegais envolvendo a empresa.

Além de apostar na venda de diamantes, a promessa da Argyle Coin apresentava que o projeto da criptomoeda era lastreado na pedra preciosa. Isso significaria que a mesma quantidade investida na empresa estaria estocada em diamantes. Porém, até o fechamento desta edição, nenhuma reserva da pedra preciosa foi revelada pela Argyle Coin.

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Paulo Carvalho
Paulo Carvalho
Jornalista em trânsito, escritor por acidente e apaixonado por criptomoedas. Entusiasta do mercado, ouviu falar em Bitcoin em 2013, mas era que nem caviar, "nunca vi, nem comi, só ouço falar".

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