De acordo com o Coindesk, as Ilhas Marshall criarão uma criptomoeda própria em breve. David Paul, um dos ministros do país, compartilhou a visão do novo projeto.
Desde que obteve independência, em 1979, as Ilhas Marshall utilizaram apenas o Dólar como moeda no país. Entretanto, em 2018 foi aprovada uma lei da Moeda Soberana, visando criar uma moeda própria do país. Com isso, a escolha pela nova moeda, chamada de Marshallese (SOV), foi a de utilizar a tecnologia blockchain.
Como uma economia que ainda é nova, o dólar não será descartado de imediato. Certamente a expectativa é de que a nova moeda digital ajude o país a melhorar sua economia. Para Paul, o diferencial da criptomoeda das Ilhas Marshall é certamente o uso da tecnologia blockchain.
Como as Ilhas Marshall chegaram a decisão de emitir uma criptomoeda própria?
Em relato no Coindesk, David Paul disse que o advento da tecnologia blockchain abriu um mundo de oportunidades, principalmente para pequenas nações. Com isso, os analistas do país tomaram três decisões para emissão da criptomoeda própria:
- Deve ser emitida utilizando a tecnologia blockchain;
- A oferta da moeda será predeterminada e a prova de adulteração;
- Garantir a privacidade das pessoas no próprio protocolo da moeda.
Além disso, a nova moeda poderá mudar o rumo das finanças da população deste país. Para Paul, quando se está em uma ilha no meio do oceano, serviços bancários são complicados e caros. É esperado que a nova moeda seja aceita internacionalmente por outros países. Esta que será oficialmente apresentada no evento Invest: Asia 2019.
Um detalhe que chama atenção é que diferente do Bitcoin, a moeda terá um fornecimento de 4% de novas moedas ao ano. Neste ponto, de acordo com Paul, segue a teoria k% de Milton Friedman, este que era um economista da escola de Chicago.
Apesar do anúncio informar que a privacidade das pessoas seria garantida pela SOV, um olhar mais atento mostra “outro lado da moeda”. Isso porque, David Paul disse que as pessoas que irão receber as moedas deverão se cadastrar em bolsas e bancos. Esse cadastro seria para evitar lavagens de dinheiro e para combate ao terrorismo. Logo a privacidade não será realmente o foco desta criptomoeda emitida por um estado.
Mais um país asiático a anunciar criptomoeda própria em 2019
Um dos países pioneiros em lançar sua própria criptomoeda foi a Venezuela, a chamada Petro. A moeda é lastreada pelo petróleo do país, mas não obteve tanto sucesso na adoção pela população. Por lá, quem quiser utilizar outras criptomoedas está permitido, inclusive para pagar impostos ao governo.
Além disso, em 2019 a Rússia chegou a ter rumores de uma criptomoeda, lastreada também em petróleo. Por fim, a China é ó último a ter rumores de uma criptomoeda própria, que será emitida por seu banco central. Estes casos mostram que após o surgimento do Bitcoin, criptomoedas estatais que utilizam a tecnologia blockchain, poderão se tornar comuns em breve.