As maiores baleis do Bitcoin, os 1% com mais criptomoedas nas suas carteiras, têm apenas controle sobre 11% do BTC total em circulação, mostrando o quão descentralizada a criptomoeda é.
Os analistas da empresa de análises de dados IntoTheBlock fizeram uma análise nas blockchains de algumas das maiores criptomoedas – Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash, Litecoin, BitcoinSV, Cardano, e Tether – para verificar quanto as criptomoedas são centralizadas.
A métrica é relevante, pois uma grande centralização na distribuição das moedas significa que se as baleias decidirem vender, então podem causar uma queda acentuada no preço. Como vimos no Livecoins, uma baleia “adormecida” com R$ 3 bilhões em bitcoin poderia “destruir” o mercado. Com outras criptomoedas, o caso é pior.
Os dados da IntoTheBlock mostram que apenas 39 endereços de BTC têm 11% do total em circulação, sendo esses representam 1%. No Ethereum, 154 endereços têm 40% do total em circulação, enquanto que na Litecoin 128 endereços têm 47% – quase metade de todo o LTC.
Os forks do Bitcoin, Bitcoin Cash e BitcoinSV, são ligeiramente mais centralizados que a principal criptomoeda. 105 endereços têm 28% de todo o BCH em circulação, enquanto 104 endereços têm 25% de todo o BSV em circulação.
Talking about whales and ownership by concentration of an asset
Addresses with more than 1%:$BTC 39 addrss owns 11.1%$ETH 154 addrss owns 40% $BCH 105 addrss owns 28%$LTC 128 addrss owns 47%$BSV 104 addrss owns 25%$ADA 39 addrss owns 40%$Tether 140 addrss owns 58%
— IntoTheBlock (@intotheblock) January 9, 2020
A stablecoin Tether, o USDT, é emitida pela empresa e como tal alguns dos maiores endereços podem pertencer à mesma ou aos seus clientes. 140 endereços têm cerca de 58% dos US$ 4.6 bilhões de USDT em circulação.
O caso mais preocupante parece ser o do Cardano (ADA), visto que apenas 39 endereços têm 40% do ADA em circulação. A criptomoeda usa Proof-of-Stake (PoS) parta validar transações na sua rede, logo se uma entidade conseguir obter 51% de todo o ADA consegue manipular a blockchain.
Apesar de ser pouco provável uma entidade tão investida na criptomoeda querer atacá-la e fazê-la perder valer, sempre é possível que tal aconteça. Em Janeiro de 2019, a rede do Ethereum Classic sofreu um ataque de 51%, onde uma entidade teve controlo do seu hashrate e usou o poder para gastar as mesmas moedas mais do que uma vez.
Note-seque, apesar do top 1% dos titulares de BTC terem apenas 11% do total em circulação, isto não significa que as baleias não estejam acumulando mais bitcoin. De fato, dados mostram que eles estão comprando cada vez mais e acumulado como nunca.