A data para pagamento da segunda parcela do coronavoucher está programada para a próxima semana, mas já preocupa o BC que mandou imprimir mais dinheiro. O pedido teria sido feito para a Casa da Moeda, que imprimirá mais moedas em breve.
A medida é contestada por muitos que vê na impressão de moedas físicas um problema grave. Na China, por exemplo, o Banco Central já testa a moeda digital uma vez que a disseminação de doenças por dinheiro físico pode ser maior.
No Brasil, contudo, as soluções de pagamentos digitais do Banco Central, o PIX, deverá chegar apenas em novembro. Com uma maior demanda por dinheiro em espécie, o BC ficou sem alternativas ao não ser imprimir mais real físico.
Entesouramento começa afetar brasileiros e BC reage: vai ter que imprimir dinheiro para pagar coronavoucher
O auxílio emergencial, criado pela Lei de nº 13.982/2020, ficou famoso pelo nome de coronavoucher. Ao dar para alguns brasileiros o benefício de R$ 600 em três parcelas, o governo brasileiro esperava aliviar a pressão causada pela pandemia do novo coronavírus nas famílias brasileiras.
Para quem já recebeu no último mês a primeira parcela, já aguarda na próxima semana a segunda. O Ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, já confirmou que a data para pagar o coronavoucher será nos próximos cinco dias úteis.
Contudo, as pessoas que recebem o benefício, ainda em quem formato de pagamento digital, preferem sacar o dinheiro dos bancos. De fato, muitas pessoas são desbancarizadas e não acostumadas com essa rotina, que envolve agências bancárias e várias burocracias para receber seu auxílio.
Ao sacar o dinheiro e levar para casa, processo chamado de entesouramento, as pessoas colocam uma bomba na mão do Banco Central do Brasil. Na realidade, os estoques de notas de Real estão ficando baixos, ou seja, o dinheiro está migrando do digital para o físico no Brasil, na contramão do mundo.
Alternativa será imprimir dinheiro para remediar situação, Casa da Moeda já teria sido acionada
Agora sim o Brasil vai ligar as impressoras, literalmente, para imprimir mais dinheiro. De acordo com a Reuters, o BC já teria consultado a Casa da moeda para imprimir dinheiro devido ao excesso de demanda por notas em pagamentos do coronavoucher.
A questão é tão séria que os funcionários da Casa da Moeda farão hora extra para imprimir dinheiro. Além disso, a impressão em massa de dinheiro começa a partir de maio, uma vez que os estoques já estão baixos.
Os problemas decorrentes da desbancarização dos brasileiros ficam claros com o entesouramento atual. Ao não fazer parte do sistema financeiro, vivendo a margem, muitas pessoas têm que correr um risco triplo para sacar o benefício.
Os dois maiores riscos são de contágios de doenças, ao enfrentar filas em bancos para sacar e ao manipular as notas de dinheiro. O terceiro risco é de ficar sem notas nos bancos, fato que o BC e Casa da Moeda correm contra o tempo para evitar.
A digitalização do dinheiro vinha ganhando força nos últimos anos com a chegado do Bitcoin, maior moeda virtual do mundo. Quem comprou Bitcoin com coronavoucher, nos EUA ou Brasil, já inclusive viu um aumento no patrimônio, uma vez que o Bitcoin teve grande valorização.
As medidas de impressão de dinheiro, além de irem à contramão do desenvolvimento, ainda custam aos brasileiros. Até então, não fica claro quanto o governo vai pagar pela impressão de cada nota, a se pensar no custo da impressão, dos funcionários e de colocar essas em circulação nas agências bancárias. Cabe o destaque que o Real vive uma intensa desvalorização cambial, que prejudica ainda mais o valor da moeda.