O Brasil corre o risco de ver, já em agosto próximo, a falta de dinheiro nas ruas do país. Ao ver o cenário cada vez mais iminente, o BC pede para a Casa da Moeda imprimir mais notas com urgência.
Isso porque, com o pagamento do auxílio emergencial as pessoas têm realizado saques em massa em caixas eletrônicos. A preferência pela moeda em espécie é um fenômeno em alta no Brasil, mesmo com a crise do novo coronavírus.
Recentemente, a Casa da Moeda, responsável no Brasil pela impressão de notas de real, afirmou que não iria “faltar papel para imprimir dinheiro“. O papel, entretanto, é um meio de contágio de doenças, sendo que os recursos gastos para essa tarefa são altos no país.
Podendo faltar dinheiro em agosto, BC pede para imprimir, com urgência, mais notas de Real
Um problema corriqueiro no Brasil em meio a pandemia é a administração dos estoques de notas de dinheiro. Isso porque, o governo tem pago o chamado auxílio emergencial para milhões de pessoas desempregadas, autônomas, entre outros.
Os pagamentos são realizados pela Caixa Econômica Federal, através do aplicativo Caixa Tem. Muitos, que não tinham acesso ao sistema financeiro nacional, ou seja, eram desbancarizadas, ainda preferem o uso de moedas em espécie. Dessa forma, ao receber o coronavoucher em formato digital, muitos brasileiros optam, quando podem, por sacar o dinheiro em caixas eletrônicos.
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, já havia confessado que o órgão estava de olho no chamado entesouramento. A prática, que consiste em saques em massa nas agências bancárias, continua a ser vista, mesmo após meses de medidas para desencorajar os saques.
De fato, os brasileiros têm demonstrado com a prática que, se for para confiar na moeda fiduciária brasileira, o único modo é em espécie. Ao analisar os estoques, o Banco Central observou que a demanda pelo dinheiro em espécie está muito alta, e o risco de acabar as notas é grande.
Dessa forma, o BC pede para que o Conselho Monetário Nacional (CMN) considere imprimir mais dinheiro com urgência. A impressão das novas notas deve acontecer já em agosto, sob risco de acabar os estoques para o restante de 2020.
Desde maio, situação tem se agravado no país de uma das piores moedas do mundo
De acordo com a Reuters, o BC pede para imprimir mais dinheiro após verificar que em seus estoques, e do Banco do Brasil, não constar o valor necessário para suprir a atual demanda da sociedade. Em maio o Banco Central estava preocupado, dois meses depois, a situação teria se agravado.
Além disso, o secretário de Orçamento Federal, George Soares, disse na última quarta (22), que o cenário está em revisão desde maio. Dessa forma, o BC está solicitando ao CMN um volume maior de impressão de notas, que poderia ultrapassar facilmente os R$ 100 bilhões nesse ano.
Para imprimir a nova remessa de dinheiro, o BC pede R$ 437 milhões, que seria o custo para pagar pela nova produção. A autarquia indica que é necessário imprimir mais notas e moedas metálicas, que estariam sendo a preferência dos brasileiros na crise.
Mesmo com a mobilização para imprimir mais Real durante a crise, o valor dessa moeda continua a derreter. Em relação ao Bitcoin, por exemplo, o BRL já perdeu 67%, só em 2020. Já em relação ao dólar hoje, o real ainda perde mais 22% de valor no mercado.
Mesmo com o entesouramento, a população corre o risco de ter embaixo do colchão uma moeda extremamente desvalorizada, entre outros riscos. Isso porque, recentemente, um estudo apontou que o real era a “pior moeda do mundo” neste ano.