Binance admite ter operado “fora da lei” e diz estar pronta para pagar dívida com os EUA

Um dos maiores exemplos seria a falta de KYC, um processo de verificação de identidade. Em outras palavras, qualquer pessoa era livre para usar a corretora sem fornecer dados pessoais.

Em conversa com o The Wall Street Journal, publicada nesta quarta-feira (15), o diretor de estratégia da Binance reconheceu que sua corretora operou fora da lei em seus primeiros anos.

No entanto, Patrick Hillmann aponta que a corretora estaria pronta para pagar sua dívida, principalmente com as autoridades americanas, para dar um fim as investigações contra a Binance.

“Estamos trabalhando com os reguladores para descobrir quais são as correções pelas quais temos que passar agora para corrigir isso”, disse Hillmann ao WSJ, acreditando em uma solução simples como “provavelmente uma multa”.

“Pode ser mais”, completou o executivo. “Simplesmente não sabemos. Isso é para os reguladores decidirem.”

Maior corretora de criptomoedas do mundo sente pressão regulatória americana

No final do ano passado, a Reuters afirmava que os EUA estão investigando a Binance desde 2018, um ano após a fundação da mesma. No entanto, até o momento nenhuma outra informação pública foi divulgada.

Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, também estaria investigando a emissão dos tokens BNB, hoje a quarta maior criptomoeda do mercado.

De qualquer forma, a fala de Patrick Hillmann mostra que a Binance reconhece sua culpa e estaria pronta para resolver isso da maneira mais amigável possível.

“É um fardo tremendo”, disse o diretor estratégico da Binance. “Como resultado, houve algumas lacunas em nosso sistema de compliance nos primeiros dois anos.”

Um dos maiores exemplos seria a falta de KYC, um processo de verificação de identidade. Em outras palavras, qualquer pessoa era livre para usar a corretora sem fornecer dados pessoais.

Com isso, a corretora teria sido usada para diversas transações ilegais. Segundo a Reuters, jornal que mais deu atenção ao assunto nos últimos anos, a Binance teria ajudado golpistas e traficantes a lavar R$ 11 bilhões devido a estas brechas.

Mais tarde, a Binance também foi acusada de estar descumprindo sanções por permitir clientes de países sancionados, como o Irã. Mesmo com o barulho da mídia, reguladores americanos não se posicionaram sobre estes casos.

Binance possui uma grande equipe qualificada

Segundo Changpeng Zhao, fundador e CEO da Binance, sua corretora possui cerca de 8.000 funcionários espalhados pelo mundo. Alguns deles possuem décadas de serviço público, como respeitados ex-agentes do FBI e da Receita Federal americana.

Talvez por isso, hoje a Binance parece estar em uma posição privilegiada em relação aos seus concorrentes. Segundo Patrick Hillmann, o executivo está “altamente confiante e se sentindo muito bem sobre o rumo que essas discussões [com o governo americano] estão tomando.”

“Será um bom momento para a nossa empresa porque nos permite deixar isso para trás.”

Por fim, suas declarações acontecem poucos dias após reguladores americanos proibirem a emissão da stablecoin da Binance, a BUSD. Além disso, os EUA estão pressionando o mercado de criptomoedas por todos os lados nestes últimos meses, o que também ajuda a justificar a pressa da Binance em resolver suas pendências.

Quanto a casos semelhantes, os EUA já prenderam executivos da BitMEX, por exemplo, por questões ligadas à falta de prevenção de lavagem de dinheiro, algo que a Binance também parece se enquadrar. Portanto, uma simples multa, como Hillmann deseja, seria uma barganha para eles, independente do valor.

$100 de bônus de boas vindas. Crie sua conta na melhor corretora de criptomoedas do mercado ganhe até 100 USDT em cashback. Cadastre-se

Siga o Livecoins no Google News.

Curta no Facebook, TwitterInstagram.

Entre no nosso grupo exclusivo do WhatsApp | Siga também no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube.

Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

Últimas notícias

Últimas notícias