Bitcoin poderá ser comprado em bancos dos EUA, diz NYDIG

Bitcoin poderá ser comprado por qualquer pessoa com uma conta em banco com apenas um dólar.

Os americanos em breve poderão comprar, vender e guardar Bitcoin por meio de contas em bancos tradicionais nos Estados Unidos, de acordo com a empresa de custódia de criptomoedas americana NYDIG.

A empresa que é subsidiária da gestora de ativos Stone Ridge, fez parceria com a gigante financeira Fidelity para permitir que centenas de bancos americanos ofereçam Bitcoin aos clientes nos próximos meses, descobriu a CNBC.

Segundo fontes ouvidas pelo site, vários bancos dos EUA já estão inscritos no programa e a NYDIG está em negociações com alguns dos maiores bancos do país que concordaram em oferecer o serviço.

“O que estamos fazendo é tornar mais simples para os americanos comuns e empresas poderem comprar Bitcoin por meio de suas contas bancárias existentes”, disse Patrick Sells, chefe de soluções bancárias da NYDIG. “Se estou usando meu aplicativo móvel para fazer todos os meus serviços bancários, agora vou poder comprar, vender e manter Bitcoin.”

De acordo com uma pesquisa realizada pela NYDIG, milhões de pessoas devem comprar Bitcoin se eles forem oferecidos por seus bancos de confiança.

Bitcoin em banco

No Brasil, os investidores de Bitcoin precisam de corretoras especializadas para comprar criptomoedas. Lá fora o cenário é diferente, é possível comprar ativos digitais também através de aplicativos conhecidos, como o PayPal, Robinhood e CashApp.

O cenário vai mudar completamente com a entrada dos bancos que devem começar a oferecer compra e venda dos ativos digitais ainda este ano.

Apesar de os bancos terem evitado as moedas digitais por mais de 10 anos, a entrada era prevista por Hal Finney em 2010.

Os bancos estão entrando no mercado porque podem estar cansados de ver seus clientes enviando dólares para corretoras de criptomoedas, de acordo com Yan Zhao, presidente da NYDIG.

Depois de lançar o serviço, a NYDIG planeja ir além e lançar cartões de débito que usam saldo em Bitcoin, disse ela.

“Não são apenas os bancos pensando que seus clientes querem Bitcoin, eles estão dizendo ‘Precisamos fazer isso”, disse Zhao. “Eles estão vendo depósitos indo para corretoras.”

De acordo com a CNBC, a NYDIG cuidará da custódia dos bitcoins e da execução das negociações. As divulgações do serviço deixarão claro que é a NYDIG, e não os bancos, que farão a custódia dos bitcoins.

Os bancos, portanto, serão apenas o meio pelo qual os clientes vão ter exposição às moedas digitais.

Movimento esperado

A entrada dos bancos no universo das criptomoedas pode causar estranheza em muitos, já que os bancos são historicamente inimigos das criptomoedas, no entanto, o movimento era esperado por importantes analistas do mercado.

Em uma postagem de 2010, Hal Finney, o primeiro desenvolvedor a rodar um nó de Bitcoin e uma das personalidades mais importantes da história da moeda digital, disse que eventualmente os bancos entrariam no mercado e atuariam como uma “segunda camada” da rede, já que o Bitcoin funciona mais como uma reserva de valor.

Isso é, ele previu que as pessoas deixariam bitcoins sob custódia dos bancos para fazer transações mais rápidas em camadas do próprio banco, como cartões de crédito ou débito.

Assim, o banco pode fazer toda a cobrança nas moedas digitais dos clientes, enquanto eles transacionam outras moedas, como por exemplo uma CBDC.

“Há uma razão muito boa para a existência de bancos apoiados por Bitcoins, emitindo sua própria moeda digital, resgatável por Bitcoins. O próprio Bitcoin não pode ser escalado para que todas as transações financeiras do mundo sejam transmitidas a todos e incluídas na blockchain. É necessário que haja um nível secundário de sistemas de pagamento que seja mais leve e mais eficiente. Da mesma forma, o tempo necessário para a finalização das transações Bitcoin será impraticável para compras de médio a grande valor. Os bancos apoiados por Bitcoins resolverão esses problemas.”, disse Hal Finney em 2010.

Bancos apostando em Bitcoin

Em março, o Morgan Stanley foi um dos primeiros bancos dos EUA a oferecer fundos de Bitcoin para seus clientes.

O Goldman Sachs não quis ficar para trás e rapidamente anunciou um serviço semelhante. O BNY Mellon, o banco mais antigo dos EUA também fez um anúncio e mais recentemente o JPMorgan.

No Brasil o movimento também acontece, com o Banco do Brasil e o Itaú já oferecendo fundos de Bitcoin em parceria com a Hashdex.

Em todos esses casos os bancos estão focando em pessoas ricas, já que os serviços são fundos de investimentos restritos a indivíduos de patrimônio alto.

No novo serviço, porém, o Bitcoin poderá ser comprado por qualquer pessoa com uma conta em banco com apenas um dólar.

“Bitcoin estará disponível em seu banco para ser comprado com apenas US $ 1, agora você tem um ativo atraente que pode ser adquirido por qualquer pessoa em qualquer valor. Achamos isso muito importante para o empoderamento econômico.”

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