Um magistrado brasileiro afirmou que o Bitcoin lembra o Esperanto, uma língua projetada para ser global. Mas segundo o juiz, o caminho do Bitcoin deverá ser outro em sua visão sobre a moeda digital.
O Bitcoin é de fato a primeira moeda digital global, acessível de qualquer lugar do mundo. Além disso, é a principal tecnologia a se destacar sobre moedas emitidas por estados-nação.
De forma similar, o Esperanto é uma língua projetada para ser global e fácil. Sua criação também não foi feita por estados-nação, como o Bitcoin, por exemplo. No entanto, a adoção do Esperanto nunca aconteceu realmente, mas com o Bitcoin pode ser diferente.
O esperanto surgiu em 1887 no mundo, como uma linguagem planejada para ser a língua mundial. Dessa forma, a comunicação entre países seria muito mais fácil, derrubando as fronteiras do idioma.
No Brasil, um projeto de lei aprovado em 2016 abriu as portas para que o Esperanto fosse parte do Ensino Médio. Apesar do esforço, estima-se que apenas 2 milhões de pessoas se comuniquem no mundo com uso do esperanto hoje. Os chamados esperantistas usam o idioma para se comunicar e o Esperanto é considerado a língua da paz e inclusão.
Já em 2008, Satoshi Nakamoto propôs a criação do Bitcoin como uma moeda global. Essa moeda utilizaria a tecnologia blockchain e funcionaria, pela primeira vez, sem a necessidade de governos ou empresas.
A filosofia do Bitcoin também deixava claro que a moeda pertencia à rede de usuários, com acesso universal. O Bitcoin, cabe o destaque, é a primeira criptomoeda descentralizada a funcionar no mundo.
Neste sentido, um magistrado brasileiro, o desembargador Paulo Roberto Grava Brazil, do TJSP, encontrou semelhanças entre o esperanto e o Bitcoin. Grava Brazil é um dos juízes brasileiros que está buscando capacitação em criptomoedas e blockchain e é mediador junto a EPM/SP de um curso do tema.
“Lendo sobre a ideologia da criptomoeda, eu lembrei do Esperanto, que era a ideia da língua universal e que acabou não vingando, mas me parece que com as criptomoedas, nesse mundo tecnológico e digital, a situação será diferente. Precisamos entender os reflexos disso, as consequências e a praticidade do uso das criptomoedas”, afirmou Grava Brazil
As criptomoedas são uma realidade no Brasil hoje, no judiciário principalmente. Com inúmeros processos envolvendo Bitcoin, empresas fraudulentas que usaram a imagem da moeda, entre outros, os juízes enfrentam desafios.
Contudo, membros de tribunais do Brasil já buscam a capacitação e deverão entender mais sobre o tema. O desembargador Luis Francisco Aguilar Cortez foi um dos que ressaltou a oportunidade de capacitação realizada pela EPM/SP.
“É uma satisfação oferecer uma oportunidade de aprendizado para toda a comunidade jurídica a respeito de um tema tão relevante e inovador, que está na nossa realidade. Daí a importância de conhecermos um pouco mais para aplicar de maneira correta de modo que reflita em benefício da sociedade”, afirmou Aguilar Cortez
A Escola Paulista da Magistratura inicia curso sobre criptomoedas, que deve continuar nos próximos dias.
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