O Brasil e a Argentina parecem reunir uma característica em comum em sua comunidade de criptomoedas, que mostram ser fãs de aplicações DeFi.
Essa informação foi compartilhada pela Chainalysis, que divulgou um estudo sobre a adoção mundial das finanças descentralizadas e onde estão os usuários dessas aplicações.
Chamou atenção que o principal país neste ecossistema é os Estados Unidos, que também mostra ser o mais avançado na adoção de Bitcoin.
Vale o destaque que o DeFi é um conceito diferente do CeFi, este último que remete ao mercado de finanças centralizadas, onde os usuários não têm o controle dos seus fundos em aplicações financeiras.
Brasil e Argentina são os maiores fãs de DeFi da América Latina
O Brasil, Argentina e México são, de fato, os principais países em volume de operações com criptomoedas, segundo um relatório recente de volume na região. Ainda que a Colômbia, Chile e Peru também tenham uma forte presença, o volume dos vizinhos ainda segue mostrando mais força.
Mas quando o mercado observa apenas o nicho de “DeFi”, o Brasil e Argentina aparecem sozinhos no estudo divulgado pela Chainalysis na última terça-feira (24). Os três principais países nesse setor são os Estados Unidos, Vietnã e Tailândia.
“O que se destaca aqui é que, ao contrário do nosso Índice de Adoção de Criptomoedas, muitos dos países com classificação mais alta na adoção de DeFi de base são aqueles com altos volumes brutos de valor de criptomoeda movidos, tanto atualmente quanto historicamente.
Estes tendem a ser países de renda média a alta ou países com mercados de criptomoedas já desenvolvidos e, em particular, mercados profissionais e institucionais fortes. Os países de destaque que exemplificam essas tendências são os Estados Unidos, China, Vietnã, Reino Unido e vários outros países da Europa Ocidental com alta classificação no Índice de Adoção DeFi.”
DeFi explodiu no último ano
Engana-se quem pensa que o DeFi é uma realidade antiga no mercado de criptomoedas. Apesar de algumas aplicações funcionarem há alguns anos, a Chainalysis observou que o tráfego na internet para essas aplicações cresceu com força nos últimos meses de 2020, explodindo no início de 2021.
Assim, observando por regiões e não por países, os principais clientes de soluções DeFi estão na Europa Ocidental. Dessa forma, a América Latina ocupa apenas a quarta posição no ranking da Chainalysis, atrás da América do Norte e Oriente Médio.
Vale notar que nem o Brasil, nem a Argentina, têm regulamentações para o setor de criptomoedas, com os bancos centrais e governos desses países ainda observando esse ecossistema.
O estudo ainda revelou que países emergentes estão impulsionando o DeFi, com a desvalorização de suas moedas e a dificuldade de se acessar serviços financeiros convencionais.
No entanto, a Chainalysis pondera que o DeFi ainda é muito novo, tendo que provar se não é apenas mais uma ferramenta de especulação.
“A questão para os próximos anos é se veremos o DeFi seguir o mesmo padrão dos serviços de criptomoeda que vieram antes dele, com faixas mais amplas da população adotando-o para obter benefícios tangíveis além da especulação e do investimento.”