Em documento publicado nesta quinta-feira (27), a Autoridade Monetária de Hong Kong pediu para o setor bancário oferecer suporte para a indústria de criptomoedas, novamente mostrando interesse neste mercado.
Changpeng Zhao, fundador e CEO da Binance, comentou o caso nesta sexta-feira (28). Questionado se a China não era contra as criptomoedas, o executivo afirmou que “as coisas mudam”.
Além da China, outro país que parece ter mudado bastante nos últimos tempos foi os EUA. Antes lembrados pelo acolhimento dos mineradores expulsos da China, agora o país norte-americano está silenciosamente tentando banir as criptomoedas.
Ainda em fevereiro, Zhao recomendou que projetos sérios saíssem dos EUA após reguladores locais praticamente assassinarem sua stablecoin, a Binance USD (BUSD).
Enquanto EUA quer distância do setor cripto, Hong Kong parece interessado
Enquanto diversos negócios abandonaram Hong Kong citando hostilidade regulatória em 2021, o governo mudou sua opinião sobre o setor no ano seguinte, em 2022, reconhecendo que as criptomoedas vieram para ficar.
Já em fevereiro deste ano, o país se preparava para liberar o comércio de Bitcoin e outras criptomoedas, sendo mais um catalisador para a grande alta do mercado neste ano.
Agora, mais um passo foi dado em direção a esta mudança. Na nota publicada pelo Banco Central do país, também conhecido como Autoridade Monetária de Hong Kong, é pedido que bancos forneçam acesso à indústria cripto.
“Para lidar com o cenário tecnológico em rápida evolução, as instituições autorizadas devem adotar uma abordagem voltada para o futuro e buscar fortalecer sua compreensão de setores novos e em desenvolvimento”, aponta o comunicado. “Bem como desenvolvimentos de mercado relacionados, o que ajudará as instituições autorizadas a diferenciar clientes individuais com diferentes características de risco.”
“Em particular, as instituições autorizadas devem se esforçar para apoiar os provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs) licenciados e regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários e Futuros (SFC) em sua necessidade legítima de contas bancárias em Hong Kong.”
Ou seja, enquanto os EUA seguem sufocando a indústria cripto por meio de bancos tradicionais, por exemplo, Hong Kong está trabalhando no caminho contrário.
CEO da Binance comenta o caso
Nascido na China, Changpeng Zhao mudou-se para o Canadá ainda novo e sempre se refere como um cidadão canadense. No entanto, o CEO da Binance fez questão de comentar sobre o caso relacionado a sua terra natal.
“O banco central de Hong Kong pediu que os bancos forneçam serviços a empresas de criptomoedas antes de receber uma licença.”
“Eu não entendo mais. A China não era contra as criptomoedas?”, questionou uma seguidora.
“As coisas mudam”, respondeu Zhao.
things change
— CZ 🔶 Binance (@cz_binance) April 28, 2023
Por fim, muitos acreditam que a reentrada da China faça o Bitcoin ter uma nova alta meteórica. No entanto, outros nomes de peso da indústria duvidam que a política de Hong Kong seja replicada em outras áreas do país.
Comentando sobre essa relação, Arthur Hayes, fundador da BitMex, afirmou que “eles permitirão que certas coisas aconteçam em Hong Kong, mas não permitirão [essas mesmas coisas] na China continental.” De qualquer forma, notou que isso injetará liquidez no mercado, ou seja, será algo benéfico para os investidores de Bitcoin.