Uma cidade de Sergipe lançou uma criptomoeda própria para incentivar o consumo da população localmente. Em 2017, um estudo apontou haver um problema para o município em relação à prática da população de consumir em outros locais.
Não é a primeira vez que um município brasileiro lança uma moeda para incentivar o consumo local, sendo uma das iniciativas pioneiras o projeto de Maricá, da Mumbuca, no Estado do Rio de Janeiro. A cidade de Niterói também planeja lançar mais uma moeda digital, projeto apresentado recentemente pelo prefeito.
Já no Sul do país, Itajaí começou a dar moedas digitais locais para sua população que ajuda o meio ambiente, mostrando que são várias as iniciativas de municípios buscando lançar suas próprias versões de pagamentos.
Contudo, no Nordeste o tema começa a chegar com a nova iniciativa.
Cidade de Sergipe lança criptomoeda própria e espera que consumo local cresça
Um estudo de 2017 foi a base para que o prefeito de Indiaroba, Adinaldo Nascimento, buscasse implementar mudanças na cidade do interior do Sergipe. Isso porque, da folha salarial local, são estimados que apenas 20% do valor circule no próprio município, disse o prefeito em um comunicado enviado ao Livecoins.
“Através de um estudo realizado pela Universidade Federal do Sergipe (UFS) em 2017, constatamos que apenas 800 mil dos 4 milhões de reais destinados à população não foram evadidos para outras regiões. Atualmente, mesmo com uma folha de pagamento avaliada em 6 milhões mensais, este cenário se agrava pois o e-commerce já está muito presente no cotidiano de vários munícipes.”
Assim, a política buscada para reverter essa realidade foi a de criar o Banco Popular de Indiaroba, que chega ao lado da moeda digital “Aratu”. O nome tem relação com um prato típico da região com caranguejo, e foi dado em homenagem às marisqueiras presentes no município.
Como outras iniciativas de moeda digital social já vistas no Brasil, a Aratu só terá validade para o comércio de Indiaroba.
Anunciada há alguns meses, a moeda digital social conta com apoio do LIFT, programa ligado ao Banco Central do Brasil e atualmente estuda o lançamento do Real digital.
Empresários locais gostaram da criptomoeda municipal
O projeto conta com a mentoria do grupo Prefeitos do Futuro, liderado por Alexandre Henrique Souza e Sol Brasil. Segundo os empresários, a criptomoeda servirá de incentivo para estimular medidas semelhantes em outros municípios.
“Além do caráter social e econômico que beneficia a captação e circulação de recursos em escala municipal, acreditamos que a implementação do token também poderá contribuir para a melhoria de outros setores atrelados ao município, como a saúde, a educação e a infraestrutura.”
A expectativa agora é que a quantidade de recursos que circulam na cidade seja dobrada.
Nesta quarta-feira (10), os primeiros cartões para os beneficiários do Bolsa Família local foram entregues durante um evento.