Uma corretora de criptomoedas passou por uma situação inusitada, ao comprovar suas reservas enquanto os saques estão travados para clientes. Com a situação, muitos reclamaram que não adianta mostrar as posses, já que os passivos da empresa não são claros.
Uma das maiores da Índia, a plataforma luta para provar suas reservas desde o fim da FTX – corretora que disse em um dia que estava tudo bem, mas travou os saques em menos de 24 horas, pedindo falência 4 dias depois.
Com o caso em destaque como uma dor do mercado, clientes correm para sacar valores de corretoras.
Corretora divulga prova de reservas, mas trava saques e pede calma a clientes
Em uma publicação com objetivo de mostrar transparência, o CEO da CoinDCX, Sumit Gupta, divulgou as supostas reservas de sua plataforma.
Com o material feito em parceria com a Nansen, foi divulgado uma relação dos fundos onchain e offchain da corretora. O executivo disse que o lançamento é apenas o primeiro passo, que será complementado por uma auditoria de empresas de renome internacional.
“Assim, conforme prometido, estamos divulgando publicamente nossa Prova de Reservas. Nossos ativos on-chain e off-chain com uma lista completa de endereços de carteira agora estão abertos a todos e podem ser verificados com o clique de um botão.”
Ao todo, a corretora tem 125 milhões de dólares em criptomoedas, dos quais são Bitcoin (13,42%), Ethereum (12,52%) e Shiba Inu (11,32%) a maioria.
O problema é que desde junho a corretora foi proibida de liberar saques para clientes, assim como aceitar depósitos. Ou seja, a prova de reservas não muda muito no momento, visto que a plataforma está suspensa.
Aos clientes que reclamam da falta de saques e pedem garantias, o suporte da CoinDCX pede calma perante a situação.
“Nunca quisemos que nossos usuários enfrentassem tais inconvenientes. Tenha certeza de que estamos trabalhando com as autoridades relevantes para obter clareza regulatória para permitir transferências cripto da maneira mais compatível para retomar o serviço o mais rápido possível. Pedimos sua paciência e compreensão a esse respeito.”
We request your patience and understanding in this regard. (2/2)
— CoinDCX Cares (@CoinDCX_Cares) November 24, 2022
Qualidade da prova de reservas importa
O que o caso revela ao mercado? Não adianta que corretoras de criptomoedas apresentem supostas “provas de reservas”, sendo que não possuem qualidades e respaldo quanto aos dados apresentados.
Uma boa prática para gerência das empresas envolve não operar com as criptomoedas dos clientes. Assim, mesmo comprovando que há reservas, as plataformas devem comprovar se os clientes estão protegidos.
Além disso, o passivo das corretoras é tão importante quanto ativos, pois garantiria um balanço patrimonial adequado.
O próprio CEO da CoinDCX declarou que deverá fornecer mais provas para convencer seus clientes.
“Na minha opinião, a tão defendida ‘Prova de reservas’ fornece um valor de ativo autônomo, apenas mostra um lado da peça. Não há visibilidade de responsabilidades. Prova de reserva sem Prova de responsabilidades é apenas metade da imagem. Então, vamos dar um passo à frente.”
In my opinion, the much advocated “Proof of reserves” provides a standalone asset value, it only showcases one side of the part. There’s no visibility of liabilities. Proof of reserve without Proof of liabilities is only half the picture.
So let’s take it one step ahead and— Sumit Gupta (CoinDCX) (@smtgpt) November 13, 2022
De qualquer forma, o colapso do mercado de criptomoedas em 2022 foi causado pela extrema alavancagem das empresas do setor. Com a queda, o futuro das empresas será então pautado pela transparência, cada mais exigida por traders.