“Criptomoedas estão com os dias contados”, diz vice-presidente do Bank of China (Brasil)

Sheng aparentemente é um grande apoiador do governo, afirmando em resposta a seu próprio post que confia na tecnologia e no governo, "In Gov&Tech we Trust."

“As criptomoedas estão com os dias contados”, de acordo com Hsia Hua Sheng, professor de finanças da FGV e vice-presidente do Bank of China no Brasil. O comentário feito no Linkedin acompanha um link para um artigo do site The Economist intitulado “The digital currencies that matter” (As moedas digitais que importam), que fala sobre a chegada das moedas digitais desenvolvidas por bancos centrais (CBDCs) e controladas pelos governos.

Em sua publicação, ele afirmou também que com essas CBDCs chegando no mercado, as criptomoedas serão controladas diretamente pelo estado ou simplesmente vão se tornar ilegais no futuro.

“Bom dia! As moedas digitais não emitidas pelos governos estão com os dias contados! Elas vão ser controladas indiretamente pelos governos ou vão entrar para mundo de moeda ilegal de vez… Então: Por que investir em Bitcoin agora?”

Publicação de Hsia Hua Sheng em seu perfil no LinkedIn.

Na comunidade de criptomoedas os entusiastas costumam dizer que confiam na blockchain ou no Bitcoin: “In Bitcoin We Trust” ou “In blockchain we Trust”.

Sheng aparentemente é um grande apoiador do governo, afirmando em respostas a seu próprio post que ele confia na tecnologia e no governo, “In Gov&Tech we Trust.”

A publicação do The Economist também dá destaque positivo para as moedas que estão sendo desenvolvidas pelos governos. Chamando-as de “govcoins”, a publicação afirma que essa é uma nova encarnação do dinheiro.

“Essas ‘govcoins’ são uma nova encarnação do dinheiro. Elas prometem tornar o trabalho financeiro melhor, além de retirar o poder de indivíduos e devolver para o estado, alterar geopolíticas e mudar como o capital é alocado.”

O avanço das CBDCs pelo mundo

O otimismo de Sheng com as CBDCs pode ser justificado com o fato de que o Banco Popular da China é o que saiu na frente do resto do mundo ao desenvolver uma moeda digital nos moldes citados pelo The Economist.

O Yuan Digital, ainda em testes já possui um modelo funcional e seu uso está sendo incentivado pelo governo.

O tamanho do projeto do Yuan Digital é tanto que ele até tem assustando algumas das maiores potências econômicas do mundo. E claro, a moeda chinesa não é a única, com estimativa de pelo menos 40 bancos testando de diferentes formas a tecnologia. 

Até mesmo uma versão digital do Euro pode estar chegando em um futuro próximo, com a França liderando o esforço para algo do tipo.

No entanto, o sentimento otimista e de que as “criptomoedas” estão com os dias contados não é nem de longe uma unanimidade entre economistas. O atual sistema monetário, considerados por muitos como um grande fracasso, chegou onde está justamente por ser controlado pelos que agora querem criar suas próprias moedas digitais.

As CBDCs estão distantes da visão do criptomercado e dos ideias do Bitcoin. Com isso elas podem começar a cometer os mesmos erros da moeda fiduciária tradicional, enquanto o Bitcoin se mantém “imutável” em sua base há mais de 10 anos.

Há quem acredite que as moedas digitais nacionais na verdade podem ser um grande fracasso.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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