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“Crocodilos de Wall Street” – O excêntrico casal que lavou R$ 23 bilhões com criptomoedas

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Heather Rhiannon Morgan é uma mulher de muitos talentos – colunista da Forbes, CEO, investidora, consultora financeira, rapper, fraudadora do sistemas financeiros e especialista em lavagem em dinheiro. A história de Morgan e seu marido, Ilya Lichtenstein ganhou os holofotes após ambos serem presos acusados de lavagem bilionária de criptomoedas roubadas.

Heather, que também é conhecida pelo seu nome artístico de rapper Razzlekhan foi presa junto do seu marido em Manhattan por acusações de lavagem de dinheiro e conspiração para fraudar os Estados Unidos.

As prisões aconteceram depois de uma grande investigação por várias autoridades federais e desde então o caso vem ganhando mais atenção. De acordo com as autoridades, eles conseguiram recuperar cerca de US$ 3,6 bilhões em criptomoedas que estão relacionadas ao hack da Bitfinex, uma corretora de criptomoedas que foi hackeada há cerca de seis anos.

Heather Rhiannon Morgan

Por si só o caso já é bastante curioso e interessante, afinal, mostra que autoridades conseguiram a proeza de rastrear transações de criptomoedas, mesmo que feitas através de um “labirinto” para esconder a fonte do dinheiro e até mesmo conseguiram recuperar um valor bilionário roubado há meia década.

Mas ao analisar as personalidades por trás do golpe, tudo fica ainda mais curioso e até mesmo bizarro.

Os Crocodilos de Wall Street

Ilya Lichtenstein é natural da Rússia com cidadania dos EUA, ele é co-fundador de uma empresa de marketing digital. Apesar de ser um cara meio excêntrico, quem rouba a cena no casal é a mulher.

De acordo com o tabloide Daily Mail, Morgan se declara como uma “expert em persuasão”, engenheira social, teorista de jogos e, o mais curioso, é que em uma de suas músicas ela se intitula como “Crocodilo de Wall Street”, um apelido que ela adotou para acompanhar a sua “história de sucesso”.

O casal realmente tinha uma vida digna de alguém com muito dinheiro, vivendo em Manhattan, uma das regiões mais caras de Nova York, mas ao que tudo indica, não é um estilo de vida financiado na legalidade.

Morgan e Lichtenstein em uma de suas fotos do Instagram.

Morgan é a mais excêntrica dos dois, tentado criar uma imagem de ser uma mulher poderosa, mas ainda assim diferente das outras pessoas com a sua atitude de “CEO assanhada”, uma atitude que ela mesmo descreve em uma de suas músicas.

Morgan em uma das cenas do seu clipe Versace Bedouin. Fonte: Vimeo.

Morgan também é conhecida por afirmar que tem sinestesia, uma condição que permite uma maior percepção de cores e gostos. Ela afirma que é como “viver em uma viagem de LSD” e ela aproveita isso para tentar criar a sua arte e seus clipes, como é possível ver em uma de suas produções.

Morgan e seu marido agora estão respondendo por fraude e lavagem bilionária de dinheiro.

E claro, não há nada errado em ser excêntrico ou perseguir uma carreira artística, mesmo que inusitada. No entanto, é bem errado cometer fraudes e supostamente lavagem de dinheiro, principalmente quando o acusado afirmava ser preocupado com a segurança financeira do mercado.

Acusada de fraude dizia ser especialista em combater fraudes

Morgan aproveitou a sua personalidade, que é bastante chamativa, para tentar esconder a possível fraude que ela estava cometendo. A rapper é também CEO da Endpass, uma empresa que usa inteligência artificial para realizar verificação de identidade para proteger entidades e empresas de fraude.

A sua biografia na página da Forbes até mesmo afirma que ela costuma realizar engenharia reversa em mercados negros e transações derivadas desses locais para pensar em maneiras melhores de combater fraude e crimes cibernéticos.

Morgan tentou também usar o seu conhecimento e afinidade com o criptomercado para esconder a origem do dinheiro. Ela afirma que seu marido sempre foi um fã das criptomoedas e por isso enviava para ela ativos digitais constantemente que ela guardava em suas carteiras frias.

O advogado Sam Enzer sentado no meio, com Heather Morgan à esquerda e Lichtenstein à direita durante julgamento na corte federal na última terça-feira. Fonte: Associated Press.

De acordo com as investigações, boa parte do dinheiro apreendido com os dois, veio do hack da Bitfinex, um dos maiores da última década. Durante o ataque o hacker realizou mais de 2 mil transações indevidas, roubando um valor bilionário dos clientes da corretora.

Lichtenstein e Morgan não foram acusados de participar diretamente do hack (por enquanto), mas eles foram acusados de receptação e por lavarem o dinheiro roubado da corretora.

Os dois são acusados de conspiração pela lavagem de 119.754 bitcoins roubados da Bitfinex, eles fizeram isso tentando criar um elaborado esquema com diferentes endereços e caminhos para criar um “labirinto” de transações.

No entanto, todo o planejamento não foi o suficiente para evitar o rastreamento por parte das autoridades que conseguiram chegar até a destino das moedas roubadas.

Pelo menos os Crocodilos de Wall Street agora possuem algo em comum com o Lobo de Wall Street: são acusados de crimes financeiros.

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Autor:
Matheus Henrique