A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), marcou para esta terça-feira (11) um julgamento contra a Trader Group, uma pirâmide de criptomoedas que foi alvo da polícia federal em 2019.
Após várias denúncias contra a empresa, a PF deflagrou a Operação Madoff em maio de 2019, no Espírito Santo. Com sede no estado do sudeste brasileiro, a empresa captou milhões de reais de investidores, com promessas de grandes lucros fixos ao mês.
Na ocasião, a PF conseguiu apreender 4 mil bitcoins da empresa. A justiça brasileira acabou concordando com a venda das moedas no mercado, para transformar os valores em Real brasileiro.
Meses depois da Operação Madoff, a CVM emitiu um alerta ao mercado, e agora julga a oferta da empresa.
CVM julga Trader Group por ofertas irregulares
Em julgamento aberto ao público nesta terça-feira, a CVM julgará as ofertas de investimentos da Trader Group Administração de Ativos Virtuais EIRELI, TG Agenciamentos Virtuais Ltda e Wesley Binz Oliveira.
Procurados desde 2020 pela autarquia, nem as empresas, nem o seu sócio-administrador não apresentaram defesa no Processo Administrativo Sancionador.
Eles são investigados por ofertar contratos de investimentos sem autorização, com rendimentos atrelados ao IBOVESPA e até a supostos trades de criptomoedas.
De acordo com um relatório do Diretor João Accioly, a que o Livecoins obteve acesso, “a Acusação sustenta que houve atos de distribuição pública claros na forma de oferecimento da oportunidade de investimento, suficientes para caracterizar oferta pública de valor mobiliário.”
Como a empresa tem um stop order no mercado desde 2019, além de ter suas operações suspensas após investigações da Polícia Federal, o processo da CVM deverá concluir nesta terça as punições contra o esquema.
Empresa tinha criptomoeda própria que lesou investidores
Outra análise realizada pela CVM sobre o caso da Trader Group envolve a oferta de uma criptomoeda própria da pirâmide financeira, a TGPAR.
Para investir em criptomoedas com a empresa, os investidores precisavam comprar a suposta moeda, que ficava disponível na conta dos clientes. Assim, a Trader Group alegava operar com arbitragem as moedas e os lucros eram depositados em sua criptomoeda própria.
A CVM também analisou se a empresa emitiu um utility token e deverá no julgamento desta terça definir o futuro da empresa.
Conforme a autarquia, a sessão é aberta ao público e ocorrerá presencialmente, no auditório da sede da CVM (Rua Sete de Setembro, 111/34º andar, Centro do Rio de Janeiro). Também será possível acompanhar a sessão por videoconferência, a partir do link https://cloud.netglobe.com.br/webcast/sessao, bastando preencher os campos nome e e-mail para acessar a sala.