Desde o lançamento do Ordinals, cada satoshi (a menor fração de um bitcoin) passou a ter valores diferentes. Como exemplo, colecionadores estão pagando 1 Bitcoin por 0,00000001 BTC, acreditando que tal fração seja “lendária”.
Dentre esses satoshis raros estão as frações de Bitcoin da primeira transação da rede, enviada de Satoshi Nakamoto para Hal Finney, bem como os satoshis ligados a compra de 2 pizzas por 10.000 bitcoins. No entanto, também, outros procurados são os primeiros satoshis minerados após cada bloco e halving.
Devido ao valor que esses satoshis podem chegar, um desenvolvedor acredita que algumas empresas estão ‘roubando’ essas frações de Bitcoin, separando-as dos satoshis que só possuem seu valor de face.
Desenvolvedor revela transações que estão filtrando satoshis raros
Conhecido como momonaut, o desenvolvedor ficou surpreso com sua própria descoberta. Publicando duas capturas de tela, mostra que 40% das pools de mineração usam o mesmo custodiante. Indo além, revela que essa empresa estaria separando frações de Bitcoin valiosas.
“Hoje aprendi que mais de 40% do hashrate envia suas recompensas de mineração diretamente para o mesmo custodiante”, escreveu o desenvolvedor. “Acredito que o custodiante seja a Cobo, com base no fluxo de fundos na rede e em algumas evidências circunstanciais.”
“Seja quem for o custodiante, ele também está filtrando ativamente os satoshis “incomuns” do Ordinals dessas moedas recém-extraídas.”
Em pesquisa realizada pelo Livecoins, é possível ver que o endereço citado por mononaut está separando todo primeiro satoshi minerado de um bloco. Considerados raros, só existem 1 a cada 26 bitcoins.
Segundo informações do site Magic Eden, cada satoshi desses está avaliado em US$ 123. No total, o endereço possui 522 satoshis raros, gerando um lucro de US$ 222.500 (R$ 1,1 milhão) a empresa em questão. Como comparação, o preço de face de um satoshi é de apenas US$ 0,00042.
Fungibilidade do Bitcoin está ameaçada?
Primeiramente, é necessário entender que a numeração criada pelo Ordinals é subjetiva. Em suma, os satoshis numerado por ordem de saída em uma transação. Portanto, apesar de terem caído no gosto dos colecionadores, essa interpretação não é objetiva.
Em outras palavras, nenhum satoshi será alvo de investigação por estar ligado a um hack que aconteceu há 10 anos, por exemplo. Mesmo assim, os Ordinals ganharam bastante tração nos últimos meses.
Caso você queira saber se possui algum satoshi raro em sua carteira, pode utilizar sites especializados nisso. Já a sua extração é um pouco mais complicada, afinal é preciso saber em qual local está essa fração antes de tentar separá-la.