O chamado crime do colarinho branco é um dos piores do Brasil, sendo os doleiros alguns de seus operadores. Considerado o “Doleiro dos Doleiros”, Dario Messer citou o Bitcoin após fechar sua delação premiada com a justiça.
Durante a Operação Câmbio, Desligo, deflagrada pela PF em 2018, foram presos uma série de operadores de esquemas fraudulentos no Brasil. Na época, Messer não foi encontrado, até que em julho de 2019, enfim teve sua prisão efetuada.
Seu nome veio a tona na última quarta-feira (12), com sua delação premiada sendo homologada pela Justiça do Rio de Janeiro.
Os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas estão previstos no Código Penal do Brasil. Apesar de serem crimes diferentes perante a legislação brasileira, ambos são considerados crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Doleiro vai devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos brasileiros, mas citou Bitcoin como crime
A prática criminosa de doleiro significa que um operador cambial é associado com crimes, principalmente, a evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os doleiros desempenham atividades fraudulentas de operação no mercado cambial, para enviar dinheiro de um país para outro sem passar pelo sistema financeiro nacional.
Além disso, é comum que os doleiros lavem o dinheiro, ou seja, ocultem os rastros da grana. Essa prática é comum em todo o mundo, mas a Operação Lava-Jato tem desempenhado um importante papel na busca desses operadores no Brasil, com vários já presos e respondendo pelos crimes.
Utilizando principalmente o Real Brasileiro e Dólar em seus crimes, uma figura importante nesse setor é Dario Messer. Preso em 2019, Messer fechou um acordo de delação premiada com a justiça do Rio de Janeiro na última quarta. Dessa forma, deverá devolver cerca de R$ 1 bilhão aos cofres públicos brasileiros.
Durante seu acordo, o doleiro Messer ainda teve tempo de mencionar o Bitcoin, que citou como a inovação da lavagem de dinheiro. De acordo com a CNN Brasil, Messer afirmou que com Bitcoin, os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro se tornaram mais fáceis.
Apesar de negar a utilização da moeda digital em seus crimes, Messer afirmou que a prática é comum hoje. O perfil dos criminosos que lavam dinheiro com Bitcoin, segundo o doleiro, são jovens que entendem de computador e moram fora do Brasil.
Naturalizado no Paraguai, Doleiro alvo da lava-jato tem patrimônio gigantesco, até ex-presidente lavou dinheiro com ele
O caso de Dario Messer é um marco no combate a corrupção no Brasil, país que tem lutado para mudar essa realidade nos últimos anos. Com essa delação, o doleiro, que é naturalizado no Paraguai, renuncia a 99% de seu patrimônio, que envolve até um apartamento de luxo em Nova York, nos EUA.
Imóveis no Paraguai deverão ser partilhados com o Brasil, e entrará em negociações entre os países. Por lá o doleiro também responde por crimes. Entre os bens que Messer lavava dinheiro estavam obras de arte, empresas e imóveis, principalmente.
O doleiro deixou claro que até um ex-presidente paraguaio, Horacio Cartes, lavou dinheiro com ele em sua carreira no crime. A pena de Dario Messer é de 3 anos em regime fechado e até 18 anos de prisão.
Bitcoin em crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas foi tema de evento recente e tema está longe de ser novidade no Brasil
No Brasil, a Polícia Federal e Abin fizeram um evento recente sobre a lavagem de dinheiro com Bitcoin, promovido pelo Ministério da Economia. Ou seja, a declaração de Dario não é uma novidade, sendo inclusive rotina da PF, quando em operações, a busca por criptomoedas de suspeitos.
Como um dinheiro digital, o Bitcoin pode ser utilizado para qualquer transação, mas a moeda é apenas um meio, e não o fim. Não ficou claro do porque o doleiro citou o Bitcoin em sua delação se essa moeda não era sua preferência dentro do crime.