Um estudo publicado em julho aponta que investidores de criptomoedas tendem a ser mais narcisistas, com personalidade esquizotípica, paranoicos, com uma necessidade de caos, motivados por objetivos de agência, além de possuírem traços de maquiavelismo, sadismo e psicopatia.
Intitulado “Os correlatos políticos, psicológicos e sociais da posse de criptomoedas”, o estudo foi conduzido por Shane Littrell, Casey Klofstad e Joseph E. Uscinski, das universidades de Toronto e Miami.
Em 2022, outra pesquisa sobre investidores de criptomoedas chegou as mesmas conclusões, apontando que essas pessoas são sádicas e egoístas por talvez sentirem prazer em ver a dor dos outros que estão fora desse mercado.
Estudo diz que investidores de criptomoedas são psicopatas
No total, 2.001 pessoas foram entrevistadas, sendo 900 homens e 1.101 mulheres. Deste número, 30% eram investidores de criptomoedas, mostrando que a adoção está crescendo.
Independente disso, o estudo foca nos traços de personalidades desse grupo, apontando que eles tendem a ser mais psicopatas que outras pessoas.
“A posse de criptomoedas está positivamente associada a várias características de personalidade chamadas “escuras”, incluindo narcisismo, maquiavelismo, psicopatia e sadismo.”
“Relacionadamente, os donos de criptomoedas também tendem a apresentar escores mais altos em medidas de necessidade de caos, paranoia, atributos esquizotípicos, dogmatismo, mentalidade de vitimização e reatância psicológica”, continua o texto.
Na sequência, os pesquisadores destacam que esses investidores também indicaram que “objetivos relacionados ao sucesso, status e realização são mais importantes para eles do que objetivos que envolvem ajudar os outros”.
Outros comportamentos de investidores de criptomoedas
Conforme as criptomoedas possuem uma alta volatilidade, investidores tendem a procurar notícias que afetam o mercado. Em outro trecho, o estudo destaca que essas pessoas tendem a usar fontes consideradas alternativas de redes sociais.
No topo aparecem Telegram, Reddit, Blogs, Twitter e até mesmo a Truth Social, criada por Donald Trump.
“A frequência de uso das mídias sociais tradicionais e o número total de teorias da conspiração em que uma pessoa acredita previram marginalmente a posse de criptomoedas, embora esta última associação tenha sido notavelmente fraca”, aponta o estudo, afirmando ser possível identificar um investidor por esses traços.
“Nenhuma outra covariável incluída no modelo previu significativamente a posse de criptomoedas. […] Curiosamente, a única fonte de notícias online que previu negativamente a posse de criptomoedas foi o Facebook.”
No gráfico acima, também é possível ver que a renda desses investidores tende a ser maior e que o mercado é majoritariamente composto por homens e pessoas mais jovens.
Comportamento político dos investidores de criptomoedas
Extenso, o estudo também revela que muitos investidores de criptomoedas tem interesse na política. Segundo a pesquisa, “a posse de criptomoedas está positivamente relacionada à crença de que se está qualificado para ocupar um cargo político público e ao desejo de um dia concorrer a um cargo”.
No entanto, essas pessoas não se enquadram facilmente como de direita ou esquerda, tendo “crenças em excepcionalismo americano, crenças de que os EUA deveriam ser mais masculinos e que os EUA deveriam ser governados por valores cristãos”.
“Possuir criptomoedas está positivamente associado a várias orientações políticas que fogem das categorizações tradicionais de esquerda/direita.”
De qualquer forma, o texto também revela que investidores de criptomoedas estão mais propensos a apoiar grupos extremistas, incluindo Nacionalistas Brancos, QAnon, Vladimir Putin, Proud Boys, Antifa, e crenças autoritárias de esquerda.
Mais detalhes podem ser encontrados no próprio estudo, grátis para leitura.