Ethereum 2.0 é adiado pela quinta vez

A primeira vez que decidiram postergar ocorreu em outubro de 2017. Chutaram uma data bem pra frente: 15 meses.

A rede Ethereum planeja acabar com a mineração baseada na Prova de Trabalho (PoW). Afinal, para um criptoativo que não nasceu para ser uma moeda, um meio de troca e reserva de valor, faz sentido um mecanismo de validação menos custoso e amigo do meio ambiente.

No entanto, desligar essa chave não é tão simples assim, afinal, existem 86 bilhões de dólares travados nos smart contracts, sem contar os 2.000 tokens que utilizam a rede Ethereum, incluindo: Binance Coin (BNB), Tether (USDT), USD Coin (USDC), ChainLink (LINK), e MATIC.

Além de reduzir o custo das transações, a mudança para a “Prova de Participação” (PoS) aumenta a escalabilidade, ou capacidade de processamento da rede. A taxa média de transação na rede Ethereum já supera os 50 dólares, tornando inviável alguns mercados.

Quando era pra ocorrer esta migração?

A primeira vez que decidiram postergar ocorreu em outubro de 2017. Chutaram uma data bem pra frente: 15 meses. Novamente, não havia perspectiva para implementar uma solução sem os mineradores. A terceira vez ocorreu em janeiro de 2020, e mais recentemente, no mês passado.

Em suma, esta é a quinta vez que estão empurrando com a barriga o prazo para acabar com a mineração. A nova meta é Junho de 2022, porém os próprios desenvolvedores admitem que isso depende de quão avançada vai estar a rede ETH 2.0.

Dessa vez é diferente, ou a esperança morreu?

Você tem ideia de qual é a receita mensal dos mineradores de Ethereum? 1,7 bilhão de dólares. O número é 10% acima da criptomoeda líder, Bitcoin, pois além das exchanges, você tem os usuários de finanças descentralizadas (DeFi), metade das stablecoins, uma infinidade de airdrops de tokens, jogos, além de uma boa parte mercado de tokens não-fungíveis (NFT).

Veja bem: isso não é uma crítica ao Ethereum, e sim uma constatação de que o “supercomputador global” não foi desenhado para tal função.

Isso já era conhecido desde o lançamento do projeto, apenas não foi divulgado. De maneira similar, sabia-se em 2017 que não existia uma previsão de ter um sistema de validação funcional para acabar com a mineração em 4 anos.

Por que atrasou tanto?

Impossível dizer. Talvez os mineradores sejam muito influentes, ou estejam sabotando as mudanças. Por outro lado, é possível que a equipe tenha percebido sérios riscos de centralização no modelo sem mineração, e esteja enrolando de forma proposital.

Há também a hipótese de que estão completamente perdidos e com medo de “mudar rápido e quebrar as coisas no caminho”, filosofia que até hoje é tida como linha-guia do Ethereum. Em suma, tudo indica que a competição vai continuar abocanhando parte desse mercado até que o ETH 2.0 milagrosamente seja lançado.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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