Em documento publicado nesta terça-feira (18), a Comissão Europeia novamente mostra-se incomodada com o gasto da energia da mineração do Bitcoin e outras criptomoedas. Como destaque, aponta que o uso de energia pelas criptomoedas cresceu 900% nos últimos cinco anos e dobrou em relação aos últimos dois.
Mesmo que o Ethereum tenha migrado para Proof-of-Stake, isso abriu espaço para mineradores instalarem mais ASICs de Bitcoin. Além disso, alguns profissionais ainda estão acreditando na mineração de criptomoedas mais pequenas, como Ethereum Classic (ETC) e Ergo (ERG).
Portanto, uma das soluções propostas pela União Europeia é classificar as criptomoedas por eficiência energética. Algo bastante comum em aparelhos domésticos aqui no Brasil, como geladeiras e ar-condicionados.
“Controlar o consumo de energia do setor das TICs, incluindo um esquema de rotulagem ambiental para centros de dados, uma etiqueta energética para computadores, medidas para aumentar a transparência no consumo de energia dos serviços de telecomunicações e uma etiqueta de eficiência energética para blockchains”, sugere a Comissão Européia.
Em outras palavras, isso não estaria ligado apenas as próprias ASICs ou placas de vídeo, que apresentam diferentes graus de eficiência, mas sim a própria criptomoeda em si.
No caso do Bitcoin, estima-se que a maior criptomoeda do mercado ficaria no pior nível possível. Afinal, esta é a criptomoeda que mais consome energia no mundo. Quanto ao Ethereum, provavelmente estaria na outra ponta já que abandonou o Proof-of-Work no mês passado.
Embora seja difícil pensar como uma etiqueta de eficiência energética proposta pela Europa poderia nos ajudar, outras declarações são ainda mais preocupantes. Segundo a Comissão Europeia, mineradoras poderiam ser desligadas caso outras indústrias precisassem da energia.
“Caso haja necessidade de corte de carga nos sistemas elétricos, os Estados-Membros também devem estar prontos para interromper a mineração de criptomoedas.”
Nos EUA, isso já aconteceu, porém, de forma amigável. Em junho deste ano, durante o verão no hemisfério norte, uma grande mineradora desligou todos seus equipamentos entre as 15 e 19 horas para que cidadãos do Texas pudessem ligar seus ar-condicionados para aguentar o calor de 40 graus célsius.
Por fim, o tema é polêmico e está longe de um acordo entre as duas partes. Ambientalistas argumentam que a mineração do Bitcoin é um desperdício de energia, já entusiastas apontam que tal energia é o que faz o Bitcoin ser tão seguro.
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