Cícero Saad Cruz, ex-líder da pirâmide de criptomoedas MinerWorld, foi condenado a um ano de prisão em regime aberto por posse ilegal de arma de fogo. A decisão foi tomada pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. As informações são do site O Jacaré.
A condenação ocorre no contexto de uma investigação mais ampla, onde Saad é acusado de envolvimento em um dos maiores esquemas de pirâmide com criptomoedas no Brasil, que de calote em cerca de 50 mil investidores.
A arma, uma pistola Berretta calibre 635, foi descoberta em abril de 2018 durante a Operação Lucro Fácil, liderada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Encontrada no quarto de Cícero na casa de seu pai, Raimundo Olegário Cruz, a arma tornou-se um ponto central do caso.
Culpar pai morto não colou
Inicialmente, Cícero tentou atribuir a propriedade da arma ao seu falecido pai. No entanto, em depoimento à Polícia Civil, Raimundo, que tinha 78 anos na época, afirmou que a pistola pertencia ao filho, que a teria adquirido para se proteger de ameaças relacionadas à Minerworld.
Esta versão foi contraditória com a declaração posterior de Cícero ao juiz, onde ele manteve a alegação de que a arma era de seu pai. A mãe de Cícero, Mirna Saad Cruz, negou ter conhecimento sobre a pistola.
Embora a situação parecesse complicada para Cícero, o juiz Roberto Ferreira Filho reconheceu uma atenuante na sentença devido à confissão espontânea de Cícero. Assim, a pena de um ano será convertida em prestação de serviços comunitários.
Enquanto isso, a Minerworld enfrenta processos judiciais devido a o calote de R$ 48,8 milhões em investidores.
A empresa aguarda a sentença em um processo na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, outra ação penal corre em sigilo, sem perspectiva de conclusão imediata.
Relembre o caso
A Minerworld foi uma empresa que operava no Brasil e se apresentava como especializada em mineração de Bitcoin. No entanto, ela se tornou conhecida por ser um esquema de pirâmide financeira.
A empresa alegava gerar lucro por meio da mineração de criptomoedas e oferecia planos de investimento com retornos elevados. Contudo, com o tempo, os investidores começaram a enfrentar dificuldades para sacar seus rendimentos e o capital investido.
Em 2018, a Minerworld foi alvo de investigações por parte de autoridades brasileiras, incluindo o Ministério Público e a Polícia Civil. Essas investigações revelaram várias irregularidades e indícios de fraude, levando à intervenção judicial e à eventual condenação de seus principais líderes.