Os casos envolvendo pirâmides financeiras na Argentina explodiram nos últimos meses, com a popularização do mercado de criptomoedas no país.
Vale lembrar que o tema Bitcoin na Argentina está em alta, visto que naquele país a inflação da moeda local é uma das maiores do mundo, ao lado do Brasil e Venezuela, por exemplo.
Recentemente, um projeto de lei local até pediu que as criptomoedas fossem uma opção para o pagamento de salários de funcionários, contando até com um possível apoio do presidente.
Dessa forma, o assunto acabou tomando proporções entre a população, que pode estar correndo riscos com as novas propostas fraudulentas de rendimentos fixos no mercado.
Pirâmides crescendo e causando prejuízos, alerta ONG Bitcoin Argentina
Em conversa com o portal Ámbito, popular no setor financeiro argentino, Javier Madariaga da ONG Bitcoin Argentina fez um alerta ao mercado de criptomoedas local.
Segundo ele, os investimentos atrelados a altos rendimentos com Bitcoin estão em alta em várias regiões do país, principalmente em Mendoza, Córdoba, Tucumán, Catamarca e La Rioja.
Javier destacou que as empresas tem criado eventos luxuosos para investidores iniciantes em Bitcoin, com promessas de lucros altos no mercado, associados a práticas de negociações no mercado, entre outras.
A ONG Bitcoin Argentina tem prestado atenção nos negócios e lembrou aos investidores que no país nenhuma empresa pode captar investimentos associados a ganhos fixos no mercado com criptomoedas, o que é proibido pela legislação local.
Pessoas famosas são convidadas a demonstrar apoio aos golpes, mesmo sem saber
Na Argentina, algumas das empresas que já deram golpes no mercado foram a Telar de la abundancia (Mandala da Prosperidade), Omega Pro e Intense Live, sempre com promessas de ganhos fáceis e rápidos.
Contudo, esses golpes estão ressurgindo no mercado com promessas em Bitcoin, criando empresas novas, mas com técnicas antigas de fraudes. Muitas delas têm até os mesmos líderes, que já são conhecidos por criar golpes.
Alguns dos golpes contratam pessoas famosas da Argentina para passar a sensação de que o negócio é legítimo, mas não passa de mais um chamariz para a fraude financeira. Como a ONG presta orientação jurídica a pessoas, foi detectado um aumento no número de fraudes no país.
Para Victor Castillejo, do jurídico da ONG Bitcoin Argentina, embora não haja uma fórmula mágica para se detectar golpes financeiros, alguns elementos podem ser nítidos. Um deles é a falta de clareza do negócio e como ele rentabiliza a moeda digital, afirmando apenas que fazem trades ou arbitragens, sem comprovar com transparência como isso é feito.
Além disso, ao oferecer rendimentos fixos e rápidos de retorno, os investidores devem ligar o alerta. Ao pedir que o investimento seja feito com urgência, pressionando o investidor, os golpistas tendem a demonstrar que o negócio não é sólido.
Alguns captadores se apresentam como consultores, embaixadores, representantes, especialistas, mas isso não passa de nomes inventados para a aplicação do golpe. O aumento dos golpes com pirâmides financeiras na Argentina coincidem com a alta do Bitcoin nos últimos meses, que pode ter levado mais investidores iniciantes a buscarem o mercado sem estudos.