FBI revela o que sabe sobre identidade de Satoshi Nakamoto

“O mero reconhecimento da existência de registros do FBI sobre indivíduos terceiros poderia razoavelmente ser esperado para constituir uma invasão não justificada da privacidade pessoal”, disse a agência de inteligência dos EUA.

Pela primeira vez na história, o FBI falou sobre a identidade de Satoshi Nakamoto nesta segunda-feira (12). Para conseguir essa declaração, o jornalista Dave Troy utilizou o “Freedom of Information Act” (FOIA), uma lei que garante acesso público a informações mantidas por agências governamentais americanas.

A figura do criador do Bitcoin tem sido motivos de longos debates e investigações há anos. Dentre os principais suspeitos estão Hal Finney, Nick Szabo e Len Sassaman, só para citar alguns.

Enquanto todos mencionados negam qualquer envolvimento com a criação do Bitcoin, outros aproveitaram o desaparecimento de Satoshi Nakamoto para tentar ocupar o trono vago. O maior exemplo é Craig Wright, um australiano que passou anos mentindo até ser desmascarado.

O que o FBI tem a dizer sobre Satoshi Nakamoto?

Satoshi Nakamoto continuou desenvolvendo o Bitcoin mesmo após seu lançamento, mas passou a responsabilidade para a comunidade no final de 2010. Meses depois, em abril de 2011, um dos principais desenvolvedores, Gavin Andresen, foi convidado pela CIA para dar uma palestra sobre a criptomoeda.

“Quero tornar isso público porque é o tipo de coisa que gera teorias da conspiração: vou fazer uma apresentação sobre o Bitcoin na sede da CIA em junho, em uma conferência de tecnologias emergentes para a comunidade de inteligência dos EUA”, declarou Andresen na época.

Conforme o pseudo-anonimato e outras características do Bitcoin poderiam ser vistas como uma ameaça por essas agências, é possível que elas tenham investigado a vida de seu criador.

Tentando descobrir quais informações o governo possui sobre Satoshi Nakamoto, o jornalista Dave Troy enviou uma requisição para eles. A resposta chegou nesta segunda-feira (12).

“Você solicitou registros sobre um ou mais indivíduos terceiros. Por favor, esteja ciente de que o FBI nunca confirmará ou negará a existência desses registros segundo as isenções (b)(6) e (b)(7)(c), 5 U.S.C. §§ 552 (b)(6) e (b)(7)(C) do FOIA.”

“O mero reconhecimento da existência de registros do FBI sobre indivíduos terceiros poderia razoavelmente ser esperado para constituir uma invasão não justificada da privacidade pessoal”, continuou a agência de inteligência dos EUA. “Esta é a nossa resposta padrão a tais solicitações e não deve ser interpretada como uma indicação de que registros existem ou não existem.”

FBI fala sobre identidade de Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin. Fonte: Dave Troy/Reprodução.
FBI fala sobre identidade de Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin. Fonte: Dave Troy/Reprodução.

Nas redes sociais, Troy comentou que essa é a resposta padrão que eles dão para “pessoas que não são dos EUA”.

“Minha intenção não é estabelecer a identidade por trás do pseudônimo, mas sim obter as informações que o bureau possa ter sobre o assunto”, continuou Troy. “Se isso ajudar a estabelecer a identidade de alguma forma, ótimo, mas essa não é a minha pergunta principal.”

Finalizando, o jornalista comenta que isso também pode ser um sinal de que o FBI não realizou nenhuma investigação direta sobre Satoshi Nakamoto, podendo ter passado por seu nome em casos onde ele não era o foco principal.

Independente disso, o mistério por trás da identidade do criador do Bitcoin continua sendo um ótimo assunto que alimenta a curiosidade de historiadores e a imaginação de teoristas.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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