“Não vi, não sei e não lembro”, fundador da FTX parece um ‘Kamikaze’ de terno e gravata em seu próprio julgamento

De acordo com o site Protos, o primeiro testemunho de Sam Bankman-Fried no seu próprio julgamento criminal foi pior do que qualquer um poderia esperar.

Quando pensamos em processos judiciais envolvendo grandes nomes, ninguém imagina cenas dignas de um episódio perdido de “Better Call Saul”. Mas é exatamente o que está acontecendo com Sam Bankman-Fried (SBF), o infame fundador da corretora FTX.

O julgamento, que começou em 3 de outubro, se tornou um dos assuntos mais comentados no mundo financeiro por parecer uma série que mistura “Law & Order” com “The Office”, já que o jovem de 31 anos conseguiu, em várias ocasiões, surpreender o tribunal, a acusação e até seus advogados.

De acordo com o site Protos, o primeiro testemunho de Sam Bankman-Fried no seu próprio julgamento criminal foi pior do que qualquer um poderia esperar.

Segundo site, o ex-CEO da corretora de criptomoedas que roubou fundos de milhões de clientes, entrou em contradição, resmungou como uma criança, evitou perguntas fazendo pausas estranhas, e dizia frequentemente que “não se lembrava” de detalhes que podem decidir seu futuro.

No centro das atenções está a procuradora assistente dos EUA, Danielle Sassoon, cujo estilo interrogativo está sendo comparado com um pitbull, conseguindo constantemente desmantelar as defesas de SBF.

Sam Bankman-Fried foi extraditado aos EUA, com condução do FBI
Sam Bankman-Fried foi extraditado aos EUA, com condução do FBI. Foto: Polícia real das Bahamas.

Sam Bankman-Fried: O ‘Kamikaze’ de terno e gravata

O que tem elevado o julgamento ao status de “must-watch” são os momentos inesperados proporcionados pelo próprio Sam Bankman-Fried.

Em uma cena particularmente cômica, descrita por advogados que estão narrando o julgamento, Sam, em uma decisão que poderia ser melhor descrita como uma clara falta de preparo com sua defesa, respondeu a uma pergunta que ele explicitamente não precisava.

Seus próprios advogados, em um raro momento de concordância com o resto de nós, ficaram horrorizados.

Procurador: Você acha que não deveria ter desviado fundos dos clientes?
Defesa: Protesto meritíssimo.
Juiz: Sustentado.
SBF: Não, eu não acho que deveria ter feito isso.
Advogado: Você não precisa responder depois de sustentado.
SBF: Eu senti que tinha que responder.

Enquanto o drama se desenrola, SBF está sendo classificado como um “kamikaze”. Para quem não conhece o termo, refere-se aos pilotos japoneses da Segunda Guerra Mundial que conduziram missões suicidas contra alvos inimigos.

Embora sua eficácia real na guerra tenha sido exagerada, a ideia por trás da defesa kamikaze de Sam parece ser: se eu vou para o buraco, vou levar o máximo possível comigo.

Preso, confuso e com raiva, Sam está sendo descrito como um homem de 31 anos que faz birra. No entanto, a defesa kamikaze do empresário certamente causará alguns danos colaterais, e no depoimento de quinta-feira (26) ele apontou dedos para:

  • Seus ex-advogados Dan Friedberg e Can Sun (por escreverem termos de serviço e fazê-lo assinar contratos que não leu);
  • Sua ex-empregadora, Jane Street (afirmando que a empresa tinha o hábito de dizer a seus funcionários para excluir bate-papos e usar o Signal);
  • Seus antigos amigos e colegas da FTX (ele mencionou pessoas que estavam no mesmo EDIFÍCIO — e não na mesma sala — que ele para tentar implicá-los em crimes).

Até agora, essa estratégia incluiu tentativas de levar seus ex-advogados, antigos empregadores e colegas da FTX para o buraco. E enquanto esses movimentos podem ter o efeito de agitar o processo, eles não parecem estar ajudando a imagem de um homem que está tentando convencer um júri de sua inocência.

Sam é a última testemunha em sua própria defesa, mas ele parece estar tentando convencer o juiz a deixá-lo prosseguir com sua estratégia: culpar os advogados da FTX.

Ao longo de tudo isso, a questão que paira no ar é: até onde Sam Bankman-Fried está disposto a ir? Ele, como os kamikazes, está determinado a causar o máximo de estragos possíveis? E quais serão as consequências para ele e para a indústria de criptomoedas como um todo?

O veredicto do caso promete ser tão explosivo quanto o julgamento em si. Enquanto isso, nós vamos esperar o filme que mostrará toda a história da FTX com mais detalhes. Porque, sejamos honestos, todos precisamos de um pouco de comédia em nossas vidas, mesmo que seja em um tribunal federal.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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