O Gaeco em São Paulo prendeu seis pessoas acusadas de aplicar golpes com criptomoedas em cidades da região metropolitana do estado, causando prejuízos de milhões para as vítimas.
A operação que contou com apoio da Polícia Civil de São Paulo foi batizada de CriptoGolpe, e já investigava os suspeitos que utilizavam empresas como fachada para receber investimentos.
Os golpes com uso da imagem das criptomoedas ganharam força no Brasil nos últimos anos. Isso porque, com o Bitcoin registrando uma grande valorização, estelionatários viram uma oportunidade de associar ganhos fáceis com a realidade dessa moeda digital.
Gaeco prende seis pessoas em Operação CriptoGolpe, que visava suspeitos de criarem golpes com criptomoedas em São Paulo
Os agentes da polícia civil de São Paulo saíram as ruas para cumprir dez mandados de prisão temporária e busca e apreensão contra vários suspeitos, na última quarta-feira (1).
Os alvos da operação estavam nas cidades de Sorocaba, Votorantim, Araçoiaba da Serra, Barueri e São Paulo. Vários documentos foram apreendidos na ação, que deverá ajudar a polícia civil e o Ministério Público estadual a entender mais sobre o funcionamento desse golpe, que ainda não teve muitos detalhes revelados.
Além disso, foram apreendidos veículos de luxo dos suspeitos, equipamentos eletrônicos, entre outros itens, como um certificado de investimento que era dado as vítimas após realizarem aportes no esquema.
As investigações preliminares do MPSP apontam que o grupo oferecia rendimentos mensais de 10% ao mês, após investidores comprarem criptomoedas com empresas do grupo.
“O grupo garantiu visibilidade e capacidade de iludir investidores ao fazer propaganda em nome do Criptbank S/A, Criptbank Holding Investimentos Negócios e Participações e da Gasull Investimentos Ltda.”
Golpistas tinham experiência no mercado de investimentos brasileiro
O MPSP divulgou que o grupo de empresas e pessoas envolvidos com esse golpe de criptomoedas, que viu 6 pessoas serem presas, podem ter causados prejuízos de milhões de reais para investidores de várias cidades.
Além disso, chama atenção que esses presos tinham experiência no mercado mobiliário, o que facilitava a captação de novos investidores. Até um departamento jurídico o possível golpe tinha a sua disposição.
“A organização investigada era composta por pessoas com experiência no mercado mobiliário, responsáveis por atrair investidores, além de possuir célula jurídica. Ainda de acordo o apurado, o grupo já havia estabelecido novas empresas com o mesmo fim, visando a fazer novas vítimas.”
Três pessoas investigadas ainda seguem sendo procuradas pelas autoridades.
Um caso curioso de uma moeda física simbólica apreendida pelo Gaeco e Polícia Civil na ação é que essa faz menção a BitClub, uma pirâmide financeira que caiu nos Estados Unidos em 2019 e viu seus principais líderes serem presos, após movimentar bilhões de reais no mercado norte-americano.
Não está claro ainda se o golpe brasileiro tinha alguma ligação com o perpetuado nos EUA há dois anos, mas mostra que alguma inspiração na pirâmide estrangeira pode ter sido vista.
Na última semana, outra investigada por pirâmide encerrada pela Polícia Federal no Brasil, durante a Operação Kryptos, foi a Gas Consultoria, que também oferecia rendimentos de 10% ao mês.