Uma brasileira ingressou com uma ação contra um homem que se dizia responsável por uma suposta empresa portuguesa de investimentos chamada Netinvest. A ação se deve ao fato de que a vítima investiu um total de R$ 21.320 reais na plataforma de criptomoedas, que prometeu a ela ganhos de até 30% ao mês.
No entanto, além de não ganhar os lucros prometidos a cliente perdeu o acesso aos valores investidos na companhia.
De acordo com a ação, foram realizados dois investimentos na empresa, um de R$ 3.320 e outro de R$ 18 mil. Os valores foram depositados diretamente na conta do homem que se dizia representante pela NetInvest aqui no Brasil, que afirmou que repassaria o dinheiro diretamente para a companhia.
Ao acompanhar seu saldo e tentar sacar os valores, a vítima não localizou o montante dela na plataforma. Assim, ela entrou em contato com ele, que lhe afirmou que a Netinvest estava passando por mudanças em seu sistema de cadastro, mas que logo a situação se normalizaria.
Brasileira foi extorquida para receber dinheiro de volta, mas era outro golpe
Passado algum tempo, a vítima afirmou que o homem lhe exigiu um seguro que equivalesse de 25% a 35% do valor que havia investido na plataforma. Segundo ela, ele alegou que a empresa estaria com os investimentos congelados.
Assim, a mulher recorreu ao Foro de Guarujá, em São Paulo, para processa-lo por danos morais. Ela está pedindo que o réu lhe restitua a quantia que depositou em sua conta, além de pagar um montante de 10 mil reais de indenização.
“Passado algum tempo, ao tentar realizar um saque de rendimentos através do aplicativo da empresa e receber mensagem confirmando a operação, notou que quantia alguma havia sido transferida para a sua conta. “Posteriormente, assinala que o réu lhe exigiu um seguro de 25% a 35% do valor investido para a liberação do mesmo, a pretexto de que a empresa portuguesa estaria com os investimentos congelados.”
Depois de cair no conto do vigário da pirâmide financeira, a mulher levou para o foro todos os documentos que comprovaram as transações financeiras. Essas foram realizadas em cinco de abril de 2018 e 27 de junho de 2018, respectivamente. O valor foi depositado em dólares, e o investimento seria em Bitcoin. Em posse dessas informações, foi possível provar quebra contratual por parte do homem, que pode ser enquadrado no crime de extorsão.
NetInvest era empresa fantasma
Foi descoberto que a Netinvest era uma empresa fantasma, de firma que o homem agiu para extorquir deliberadamente e vítima desde o início. Na última atualização da ação, que saiu na última sexta-feira (21), o juiz responsável pelo caso decretou a devolução do dinheiro e o pagamento da quantia de 5 mil reais de indenização para a cliente. O valor, acrescido de juros monetários somam 10 mil exigido pela vítima.
Golpes envolvendo criptomoedas têm se tornado cada vez mais frequentes. Além de empresas fantasmas, diversas plataformas que realmente existem enganam pessoas prometendo grandes lucros sobre valores investidos, principalmente em Bitcoin, e acabando por sequestrar valores que vítimas depositam. Diversas ações desta natureza já foram registradas em tribunais.
“Conclui-se, destarte, que a autora foi vítima de ardil engendrado pelo réu, que lhe tomou exatos R$ 21.320,00 sob a promessa de investi-los em empresa fictícia (há inclusive fotos do local em que a NET INVEST deveria funcionar, no qual inexiste qualquer indício de operação de empresa de investimentos – fls. 39/40).”