Golpes com criptomoedas estão usando ‘ferramentas de ficção científica’, alerta regulador de Hong Kong

Utilizando deep fake, criminosos podem criar vídeos ou áudios extremamente realistas, nos quais celebridades supostamente endossam determinadas plataformas ou criptomoedas, persuadindo investidores a aplicar seus recursos nessas fraudes.

Os golpes com criptomoedas estão usando ferramentas de filmes de ficção científica para enganar investidores, alertou o diretor de fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC).

Durante o Simpósio de Conformidade realizado na cidade, Christopher Wilson detalhou como golpistas estão usando tecnologias avançadas, incluindo deep fakes e inteligência artificial (IA), para perpetrar golpes cada vez mais elaborados com criptomoedas.

“Estamos diante de uma cornucópia de ferramentas tiradas diretamente de filmes de ficção científica”, disse, ressaltando o desafio imposto até mesmo aos mais experientes do mercado.

“O enredo elaborado de um filme de Hollywood como “Ocean’s Eleven”, com vigaristas tentando enganar o proprietário de um cassino em Las Vegas pode levar duas horas para acontecer, mas hoje isso levaria apenas 15 minutos na vida real usando tecnologia deepfake e uma chamada no Zoom. E isso custaria muito menos que um elenco incluindo George Clooney e Julia Roberts.”

Golpistas estão usando ferramentas de filmes de ficção para enganar investidores

A popularidade crescente das criptomoedas tem fornecido novos meios para criminosos enganarem investidores desavisados, com muitos sendo atraídos por ganhos potenciais de curto prazo.

Com um tom de alerta, Wilson explicou como a ascensão das criptomoedas se tornou um caldo de cultivo para esquemas fraudulentos que se aproveitam do entusiasmo dos investidores por ganhos rápidos.

Um exemplo de golpe envolve a simulação de identidades de figuras de autoridade ou celebridades do mundo financeiro. Utilizando deep fake, criminosos podem criar vídeos ou áudios extremamente realistas, nos quais essas personalidades supostamente endossam determinadas plataformas ou criptomoedas, persuadindo investidores a aplicar seus recursos nessas fraudes.

No vídeo abaixo, por exemplo, golpistas criaram uma falsificação convincente de Michael Saylor, alegando que, se enviarem bitcoin para o endereço no código QR, receberão o dobro.

Outro método emprega a inteligência artificial para automatizar a criação de sites de investimento falsos. Esses sites, muitas vezes indistinguíveis dos legítimos, podem incluir depoimentos falsos, gráficos de desempenho fabricados e outros elementos projetados para enganar.

Os golpistas também usam IA para gerar conversas via chatbot, oferecendo “consultorias” de investimento. Esses bots podem responder perguntas em tempo real, aumentando a credibilidade da fraude.

Há ainda casos onde criminosos usam deep fakes para imitar a voz de executivos de empresas conhecidas, fazendo chamadas telefônicas para investidores solicitando investimentos urgentes em supostas oportunidades “únicas”.

Essas técnicas confundem os investidores, fazendo que acreditem que estão interagindo com fontes confiáveis, e criam um senso de urgência e exclusividade, pressionando o usuário a agir rapidamente.

Esses métodos destacam a necessidade crescente de investidores estarem atentos e questionarem criticamente as informações recebidas, especialmente quando parecem ser muito boas para ser verdade ou vêm de fontes não verificadas.

Diante deste cenário, a SFC está intensificando suas iniciativas em Hong Kong, desde campanhas educacionais até o monitoramento das redes sociais, na tentativa de prevenir tais golpes.

Considerado um hub financeiro internacional, Hong Kong agora se encontra no olho do furacão desses desafios, e a SFC está enfrentando exchanges de criptomoedas fantasmas e listando plataformas suspeitas em seu site.

Além disso, a agência está colaborando com a polícia local e parceiros internacionais para desmantelar redes de crime organizado, um esforço que já resultou em centenas de prisões em países como as Filipinas e o Camboja.

Na tentativa de aumentar a conscientização pública, a SFC lançou uma campanha educacional. Em Kowloon, por exemplo, passageiros do metrô são recebidos por avisos contra fraudes que vão desde posters tradicionais até raps sobre golpes telefônicos, uma parceria com figuras populares locais.

Em um mundo onde os golpistas estão sempre evoluindo, a SFC parece não querer ficar apenas na defensiva. Armada com tecnologia de ponta e inteligência artificial, a agência disse estar mais capacitada para identificar e intervir em potenciais fraudes, especialmente nas redes sociais, onde muitos desses golpes ganham tração.

O diretor da SFC concluiu seu discurso com um apelo à colaboração entre reguladores, autoridades de aplicação da lei e a comunidade financeira global. “Enfrentar crimes financeiros de grande escala e complexidade requer uma frente unida, transcendendo fronteiras e jurisdições.”

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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