Golpistas aproveitam tragédia na Turquia para roubar criptomoedas

Enquanto alguns aplicam golpes e outros buscam soluções, há um terceiro grupo: os críticos. Em matéria publicada na sexta-feira (10), o Financial Times aproveitou o momento para reprovar as criptomoedas.

Após um terremoto atingir a Turquia e a Síria na segunda-feira passada (6), o número de mortos chegou a faixa de 35.000 pessoas. No entanto, golpistas estão preocupados com outros números, aproveitando-se da tragédia para roubar criptomoedas.

Segundo informações do Bleeping Computer (BP), golpistas estão criando campanhas falsas em redes sociais para arrecadar doações tanto em criptomoedas quanto via PayPal.

“Observamos golpistas abusando do Twitter, inundando as respostas com seus endereços ilícitos de Bitcoin e outras criptomoedas.”

No primeiro exemplo, o BP aponta para um usuário com poucos seguidores. Segundo o site, a tática do golpista é publicar seus endereços de criptomoedas em respostas a grandes perfis, como de Elon Musk e da Dogecoin.

“Ajude as vítimas do terremoto da Turquia”, escreve o perfil, repostando a mesma mensagem diversas vezes.

Usuário acusado de estar aproveitando-se de tragédia na Turquia para aplicar golpes com criptomoedas. Fonte: Bleeping Computer/Reprodução.

Na sequência, o BP também aponta que algumas contas estão usando endereços associados a sites suspeitos, como conteúdo adulto em redes sociais russas, enquanto prometem que este dinheiro será utilizado para ajudar turcos afetados pelo terremoto.

“Amigos, lançamos uma campanha de ajuda para aqueles que passaram pelo terremoto na Turquia”, escreve outro usuário, publicando endereços de Bitcoin e Ethereum utilizados anteriormente para fins duvidosos.

Pedidos de doações em criptomoedas para ajudar Turquia explode no Twitter, mas endereços são altamente suspeitos.

Corretoras de criptomoedas já enviaram R$ 63 milhões à Turquia

Por outro lado, campanhas mais sérias estão realmente ajudando turcos e sírios. Segundo dados da empresa de análise Elliptic, atualizados na manhã desta segunda-feira (13), doações organizadas por corretoras já ultrapassam a quantia de US$ 12,2 milhões, ou R$ 63 milhões, em conversão direta.

Montantes doados por corretoras aos afetados pelo terremoto na Turquia e na Síria. Fonte: Elliptic.

Ainda segundo a Elliptic, as corretoras BtcTurk, Binance, Bitmex, Bybit, Bitfinex, Bitget, Gate.io, Huobi Global, Kucoin, OKX, Crypto.com e Bitget são algumas que estão tentando ajudar os sobreviventes do terremoto.

Por fim, para evitar cair em golpes, como os mencionados no início desta matéria, investidores podem usar algumas destas plataformas para realizar doações em diversas criptomoedas. São elas:

BtcTurk: BTC, ETH, USDT, TRX
AHBAP: ERC20, BEP20, AVAX
Binance Charity: BNB, BUSD, ETH, XRP, BTC
Paribu: ETH, BTC, WAVES, TRX, AVAX, DOT, e outras

Financial Times aproveita momento para criticar as criptomoedas

Enquanto alguns aplicam golpes e outros buscam soluções, há um terceiro grupo: os críticos. Em matéria publicada na sexta-feira (10), o Financial Times aproveitou o momento para reprovar as criptomoedas.

Mesmo notando que mais de US$ 10 milhões em criptomoedas já chegaram aos turcos e sírios, o FT é relutante em admitir que as criptos são úteis.

“A intenção dos defensores de criptomoedas pode ser admirável, mas o simples fato é que enquanto as criptomoedas conseguem permitir transações quase em tempo real, elas falham na utilidade do mundo real”, aponta o FT, notando que estabelecimentos não aceitam Bitcoin, sendo necessário convertê-lo em moeda local.

Por fim, ainda que as criptomoedas não tenham alcançado o nível “exigido” pela FT, elas estão novamente servindo como ajuda em mais um evento triste.

No ano passado, por exemplo, doações à Ucrânia rapidamente ultrapassaram os R$ 250 milhões enquanto o país era invadido pela Rússia, usados para compras de equipamentos militares, sem grandes barreiras.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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