Embora Hong Kong esteja abrindo as portas para as criptomoedas, a China continua firme em sua repreensão. Segundo a mídia chinesa, o governo recentemente prendeu um homem que comprou criptomoedas com seu cartão de débito.
Embora tenham banido as criptomoedas por definitivo em 2021, a relação da China com outras moedas além do yuan é tão antiga quanto o próprio Bitcoin. Em 2009, por exemplo, o país baniu todas “moedas virtuais”, mas estava mais focada em jogos online que usavam seus próprios créditos.
Mesmo com o empenho do Estado, ainda são frequentes os relatos de que chineses continuam usando Bitcoin e outras criptomoedas na região.
Homem é preso na China após comprar criptomoedas
Explicando a situação, a mídia chinesa aponta que um homem chamado Chen emprestou dois cartões de débito para outro homem chamado Lin. A intenção seria a compra de criptomoedas, proibidas no país.
“Os dois cartões bancários receberam 7 transferências, resultando em um extrato bancário de 99.609 yuans (R$ 68.000)”, apontou o jornal chinês.
Com o dinheiro em mãos, Chen transferiu o montante para contas do Alipay e do WeChat, e então para um terceiro cartão, com o qual comprou as criptomoedas para Lin. Como comissão, Chen teria recebido 147,1 yuans, cerca de R$ 100.
Apesar de parecer um montante pequeno, o governo da China decidiu processar Chen e recentemente o condenou a 9 meses de prisão e uma multa de 5.000 yuans (R$ 3.400).
Segundo os promotores do caso, as criptomoedas são usadas para transferência e lavagem de dinheiro roubado. Portanto, Chen teria violado leis relacionadas ao encobrimento e ocultação de produtos criminais.
Relatos apontam que mercado chinês de criptomoedas segue forte
Em matéria publicada no início deste mês, o The Wall Street Journal apontou que a China ainda era o maior mercado da Binance. Dos seus mais de 1,4 bilhão de habitantes, cerca de 5,6 milhões teriam uma conta na corretora de Changpeng Zhao, sendo 911.560 ativos.
Já o volume negociado chegaria a US$ 90 bilhões (R$ 430 bilhões) em um único mês. A corretora negou os números. Embora seja impossível negociar yuan contra criptomoedas na plataforma, algumas técnicas como uso de VPN permitem que usuários consigam driblar as autoridades locais, possibilitando um acesso parcial aos serviços.
Por fim, enquanto países como Argentina e EUA mostram que presidenciáveis pró-Bitcoin estão buscando novas soluções monetárias, a China continua andando na contramão, guiada por um governo autoritário, que pouco parece se importar com seus cidadãos.