Pela segunda vez em menos de três meses, o investidor Jacimar Alves Cabral, 31, viajou de Mirassol d’Oeste (MT) a Curitiba (PR) para tentar reaver o dinheiro investido no Grupo Bitcoin Banco. Desde maio deste ano, a empresa não libera saques nas plataformas de negociação de criptomoedas, a Negocie Coins e a TemBtc.
Cabral chegou à capital paranaense na segunda-feira (21). São 2.000 quilômetros de distância e 25 horas de estrada. Além dele, outros oito investidores da cidade, que também investiram na empresa, viajaram com ele.
“A ideia é ficar aqui até conseguirmos resolver definitivamente a nossa situação e recebermos o quanto antes”, disse Cabral à reportagem do Livecoins. O valor investido não foi revelado.
Acordos não foram cumpridos, diz investidor
O investidor esteve pela primeira vez em Curitiba no final de julho deste ano. Na época, disse, ficou pouco mais de 20 dias na cidade e chegou a formalizar um contrato com Grupo Bitcoin Banco.
“Ficou acertado que eu receberia a quantia investida na empresa em parcelas pagas semanalmente ao longo de mês de agosto. Só que não foi cumprido”, disse.
Cabral falou que, como o primeiro acordo não foi cumprido, ele formalizou um segundo. “Cheguei a receber uma pequena quantia, que deu para cobrir apenas os gastos com a viagem, mas depois disso não liberaram mais nada. Por isso voltei”.
Empresa diz que há fluxo de pagamento e não comenta casos isolados
O Grupo Bitcoin Banco informou, em nota, que há um fluxo de pagamentos e que os saldos dos investidores estão sendo migrados para a nova plataforma do grupo, a Negocie Coins Pro, lançada no começo de setembro.
Informou ainda que não irá comentar acordos extrajudiciais realizados antes da implantação do processo padrão e que, em breve, divulgará um comunicado oficial sobre os pagamentos.
Entenda o caso
Desde maio deste ano, clientes Grupo Bitcoin não conseguem realizar saques nas plataformas de negociação de criptomoedas da empresa, a Negocie Coins e a TemBtc. Na época, o grupo alegou que foi vítima de uma ação criminosa de clientes, que resultou em prejuízo de R$ 50 milhões e afetou a operação.
Em agosto, a Polícia Militar do Paraná cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da empresa e nos imóveis do empresário Claudio Oliveira, um dos donos do grupo. No mesmo mês, o empresário também teve o passaporte retido pela justiça.
O grupo alega ainda que os pagamentos a investidores estão travados por causa processos judiciais abertos ao longo dos últimos meses. Só na Justiça do Paraná há pouco mais de 100 ações contra a empresa e seus proprietários.