O JP Morgan, maior banco de investimentos dos EUA e um dos maiores do mundo, anunciou a abertura de um laboratório de inovação em Atenas, na Grécia, com foco em blockchain, inteligência artificial (IA) e criptomoedas.
O laboratório, inicialmente voltado para a construção de recursos de pagamento em suporte ao Onyx, plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) do banco, fornecerá serviços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nessas áreas para empresas de pagamento em todo o mundo.
O chefe da plataforma DeFi Onyx do JP Morgan, Tryone Lobban, confirmou a abertura do laboratório em 21 de fevereiro, dizendo que as áreas de foco principal do laboratório seriam tecnologia de contabilidade distribuída (blockchain), IA e criptomoedas.
Onyx
De acordo com o site oficial da Onyx, a plataforma do JP Morgan está na vanguarda de uma grande mudança na indústria de serviços financeiros.
“Somos o primeiro banco global a oferecer uma plataforma baseada em blockchain para transações de pagamentos por atacado, ajudando a reformular a forma como dinheiro, informações e ativos estão se movimentando pelo mundo.”
A plataforma oferece um serviço chamado Coin System, que ajuda empresas a enfrentar os complexos desafios dos pagamentos transfronteiriços, simplificar as necessidades de financiamento de liquidez dos clientes e oferecer serviços de tesouraria corporativa.
O site também detalha a JPM Coin, criptomoeda do JP Morgan que serve como um trilho de pagamento e livro-razão de contas de depósito, permitindo que clientes transfiram dólares americanos depositados no JP Morgan dentro do sistema, facilitando a movimentação de fundos de liquidez e pagamentos no tempo certo.
Laboratório de criptomoedas
O novo laboratório do JP Morgan está com quatro vagas de trabalho em aberto para cargos de engenharia, incluindo dois desenvolvedores full-stack, um engenheiro de aplicativos móveis e um gerente técnico de lançamento, com foco principal no desenvolvimento de aplicativos móveis de identidade digital e protótipos de carteiras blockchain.
Segundo relatos, o banco transferiu seus funcionários do departamento de gerenciamento de ativos e patrimônio para o escritório em Atenas.
O JP Morgan entrou na indústria de criptomoedas em 2022, adquirindo a marca registrada “JP Morgan Wallet“, permitindo que oferecesse serviços de pagamento e custódia de criptomoedas aos seus clientes.
Também concluiu sua primeira transação internacional em uma blockchain pública em parceria com o New York Bank Mellon e o Fidelity Bank.
De acordo com seu último relatório de Estratégia de Mercados Globais, o JP Morgan está otimista que as criptomoedas e a indústria financeira tradicional possam convergir na presença de regulamentação apropriada
Com a abertura deste laboratório de inovação, o banco pretende se tornar líder na crescente indústria de blockchain e criptomoedas.
Apesar disso, o CEO do banco, Jamie Dimon, tem sido um crítico contundente das criptomoedas. Em setembro de 2017, ele chamou o bitcoin de uma “fraude” e disse que demitiria qualquer funcionário que negociasse a criptomoedas por ser “estúpido”.
No entanto, Dimon reconheceu que a tecnologia blockchain é “real”, mas que as criptomoedas precisam ser “examinadas com cuidado”. Ele também afirmou que o JPMorgan Coin, uma criptomoeda criada pelo banco, é “muito diferente” do bitcoin e de outras criptomoedas.
Em janeiro de 2021, Dimon disse em uma entrevista que o JPMorgan estava “aberto” para trabalhar com criptomoedas, mas que não era o foco principal de seu banco.