A justiça brasileira vendeu cerca de 30 Bitcoins apreendidos pela Polícia Federal de um golpe de pirâmide financeira no Espírito Santo.
Após captar recursos de milhares de clientes, a TraderGroup foi alvo da Operação Madoff, no ano de 2019. Ao cumprir mandados de busca e apreensão, a PF já havia apreendido criptomoedas de suspeitos, assim como apagado páginas de redes sociais da pirâmide financeira.
Na justiça brasileira, inúmeros processos foram movidos por ex-clientes, que terão agora uma esperança de reaver pelo menos uma parte de seu prejuízo.
Esse caso certamente chama atenção, ao chegar ao desfecho de apreensão e venda de Bitcoins apreendidos pela polícia federal. Para vender os 30 BTCs apreendidos, a corretora brasileira Mercado Bitcoin foi chamada para ajudar como consultora e intermediadora da venda.
Na cotação do Bitcoin hoje, a quantia chega a cerca de R$ 6,39 milhões apreendidos pela PF no caso, conforme mostra um documento compartilhado com o Livecoins. Contudo, um dos clientes conseguiu realizar na justiça o arresto de 2,18472867 BTC, sendo comercializados apenas 28 Bitcoins (R$ 5,90 mi).
Mas para vender as moedas na corretora Mercado Bitcoin, a justiça foi aconselhada a fazer a venda fracionada das moedas, com lotes de 3 BTCs cada. Qualquer residual seria vendido em uma operação a parte também no book de ofertas.
Como a operação de enviar Bitcoin apreendido em operação para corretoras do mercado é uma prática comum, o Mercado Bitcoin foi então considerado no processo como “longa manus” do judiciário.
Os valores, agora transformados em Real, serão enviados para uma conta judicial, a disposição do juiz que cuida do caso.
Desde 2020 que a justiça trabalhava para viabilizar essa venda e essa iniciativa pioneira então foi concretizada na quarta-feira (4), quando a última moeda foi vendida no mercado brasileiro.
Vale notar que o dinheiro arrecadado com as vendas da justiça brasileira pode ter superado as projeções iniciais de arrecadação, visto que o Bitcoin opera em forte alta desde 2019, quando 30 BTCs valiam cerca de R$ 850 mil no momento da Operação Madoff.
Não está claro assim como os recursos serão divididos pela justiça, mas o caso certamente mostra que as criptomoedas apreendidas em golpes no Brasil podem ser facilmente comercializadas, até com apoio de empresas do próprio mercado e até com um bom lucro.
Para ex-clientes da TraderGroup, a justiça deverá avaliar a disposição dos valores, em Real, agora que as moedas apreendidas já foram todas vendidas. Fica claro que, quem investiu em Bitcoin, não deverá ter de volta sua moeda digital.
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