A justiça Federal de Porto Alegre aceitou denuncia contra 15 líderes da Unick Forex, empresa que enganou mais de 1 milhão de pessoas em todo Brasil com a promessa de dobrar capital em até seis meses através de trade de bitcoin.
Os 15 acusados da Unick vão responder por organização criminosa, por meio de pirâmide financeira, e crime contra o sistema financeiro nacional. De acordo com o processo, o Ministério Publico Federal (MPF) também irá fazer denuncia contra a Unick e seus líderes pelo crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com a justiça, a Unick deve a seus clientes o equivalente a 12 bilhões de reais. A justiça só encontrou R$ 250 milhões na operação. A PF estima que a empresa tenha movimentado R$ 28 bilhões durante o tempo em que atuou.
A pirâmide financeira Unick Forex foi desarticulada pela Polícia Federal em meados do mês de outubro através da operação Lamanai. 9 pessoas foram presas, Fernando Lusvarghi, diretor jurídico da Unick não foi encontrado e continua foragido.
[lwptoc]
Cada réu vai responder conforme sua participação. Enquanto alguns faziam parte da gerência e administração do esquema, outros atuavam como laranjas, recebendo dinheiro dos investidores e realizando operações caracterizadas como lavagem de dinheiro.
Veja abaixo como cada um atuou:
A denúncia descreve que LEIDIMAR BERNARDO LOPES exercia o comando
da organização criminosa, dirigindo os negócios da UNICK, indicando os atos que os demais denunciados deveriam realizar para a consecução da empreitada e exercendo o controle sobre as atividades deles.
A denunciada é filha de LEIDIMAR BERNARDO LOPES e teria exercido, juntamente com ele, a administração da UNICK.
Além disso, controlou contas bancárias do grupo e cedeu sua conta bancária para recebimento de valores de investimentos; elaborou contratos de traders e controlou os serviços prestados e as notas fiscais emitidas por estes como prestação de serviços para a UNICK; locou sala comercial em que funcionava a UNICK em Caxias do Sul; figurou como sócia nas empresas VEGA; e figurou como contato com investidores que buscavam informações.
De acordo com a denúncia, a advogada CAREN DE OLIVEIRA teria atuado
sob a fachada de ser prestadora de serviços advocatícios para a UNICK e para a empresa Vega Brasil – Consultoria, Participação e Investimentos Ltda, tendo atuado em parte do período delitivo juntamente com FERNANDO SALOMON no escritório de advocacia deste, e, em outra parte, a partir de seu próprio escritório.
Conforme descrito na denúncia, DANTER NAVAR DA SILVA era diretor de
marketing da UNICK e atuava ligado diretamente a LEIDIMAR BERNARDO LOPES.
A atuação do denunciado seria relacionada à constituição e atuação da empresa Dox Pay Banco Digital Comércio de Equipamentos e Serviços Administrativos Ltda, da qual foi sócio juntamente com CAREN GREFF DE OLIVEIRA.
Conforme descrito na denúncia, FABIANO ALVES DA SILVA era diretor
administrativo da UNICK e também atuava ligado diretamente a LEIDIMAR BERNARDO LOPES.
Consoante a denúncia, o advogado FERNANDO BAUM SALOMON teria inicialmente atuado para a organização criminosa a partir de seu escritório de advocacia, juntamente com a denunciada CAREN GREFF DE OLIVEIRA.
A denúncia descreve que o advogado FERNANDO MARQUES LUSVARGHI era diretor jurídico da UNICK e apresentado a clientes como integrante da equipe jurídica da empresa.
Também teria participado da administração e gerência da UNICK, planejando suas atividades, e, a partir de sua empresa SA CAPITAL, prestado garantia fictícia aos investidores da UNICK por meio do empreendimento “Eldorado de Brasília”.
A exordial descreve que o denunciado era diretor de comunicação e tecnologia da UNICK.
A denúncia afirma que MARCOS DA SILVA KRONHARDT atuava como trader e operador da UNICK no mercado Forex, tendo atuado na organização criminosa sob a fachada de prestador de serviços, por intermédio de sua empresa MSK Soluções Financeiras
A denúncia refere que a atuação de PAULO SÉRGIO KROEFF estava ligada aos codenunciados LEIDIMAR LOPES, FERNANDO SALOMON e CAREN GREFF DE OLIVEIRA.
Segundo a narrativa, o denunciado foi responsável pela aquisição e direção de empresas para LEIDIMAR LOPES e a organização criminosa utilizarem nas atividades da UNICK.
Atuou gerenciando conta bancária de sua ex-esposa Roberta da Silva Rossi para os negócios da UNICK e no interesse de LEIDIMAR LOPES; atuou como “laranja” de LEIDIMAR LOPES para a aquisição de ações do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC) com recursos oriundos das atividades delituosas…
Segundo descrito na denúncia, SEBASTIÃO LUCAS DA SILVA GIL integrou a equipe diretiva da UNICK, assim sendo apresentado a clientes.
O denunciado é irmão de LEIDIMAR BERNARDO LOPES e movimentou em contas bancárias suas e da empresa Escola de Educação Infantil Jardim dos Anjos Ltda -ME valores captados pela organização criminosa.
Segundo a denúncia, a atuação do contador RICARDO RAMOS RODRIGUES consistiu na confecção de documentos fiscais e contábeis do grupo, especialmente da RR Meios de Pagamentos Ltda e da SA Capital para fins de liberação de valores bloqueados pela ZOOP Tecnologia e Meios de Pagamentos S.A. Além disso, teria efetuado alterações relativas à empresa de SEBASTIÃO GIL e tratou do registro e transformação de empresas usadas pela organização criminosa.
Os 15 denunciados têm dez dias para se defenderem da acusação, por escrito, oportunidade em que deverão arguir preliminares e alegar tudo o que interesse às suas defesas, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.
O Ministério Público Federal foi acionado para verificar a necessidade de manutenção das prisões preventivas em andamento. Por fim, a justiça retirou o sigilo da ação penal (º 5089180-66.2019.4.04.7100) , tornando-a pública.
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