Maior stablecoin do mercado desafia governo dos EUA e recebe alerta: “pisando em terreno perigoso”

Com os governos cada vez mais de olho em stablecoins e empresas que possam "ameaçar o dólar", é bem provável que a Tether não comprará essa briga e logo entrará em conformidade com as sanções.

Recentemente as autoridades dos EUA sancionaram o serviço Tornado Cash, um mixer que ajuda a embaralhar transações de criptomoedas para dificultar o rastreamento da transação. As autoridades estão atuando tão fortemente contra o mixer que até mesmo o seu criador foi preso na Holanda. No entanto, nem todos estão concordando com essas sanções e estão até mesmo desafiando as autoridades.

A Tether, uma das mais controversas companhias do criptomercado, responsável pela maior stablecoin do setor (USDT), pode estar violando as novas regras do Departamento do Tesouro dos EUA ao não respeitar as sanções contra o mixer Tornado, segundo análise de dados feita pelo Washington Post usando dados da Dune Analytics. De acordo com os dados analisados, a Tether não está colocando na lista negra contas associadas com ao Tornado Cash.

O site também aponta que, até o momento, o governo dos EUA não tomou nenhuma ação contra a companhia por causa dessa violação. O diretor de tecnologia da Tether, Paolo Ardoino, em comunicado falou sobre a recente descoberta de que a empresa poderia estar violando as sanções dos EUA e afirmou que o padrão da Tether é atender às solicitações feitas pelas autoridades.

“A Tether não foi contatada por autoridades dos EUA com um pedido (…) normalmente atende às solicitações das autoridades dos EUA”, disse paolo ardoino.

Tether argumenta que não precisa aceitar regras dos EUA

O histórico da Tether é consideravelmente problemática tanto em relação às autoridades quanto em relação à própria comunidade de criptomoedas, essa é uma história longa e que já envolveu até mesmo processos judiciais. 

A empresa com sede em Hong Kong sugere que não precisa seguir as sanções e regras impostas pelas autoridades dos EUA, justamente porque “não opera nos Estados Unidos ou pessoas americanas como clientes”, disse Ardoino.

Mas ele disse que a empresa considera as sanções do Tesouro “como parte de seu programa de conformidade de nível mundial”, ou seja, até para a própria Tether essa é uma situação meio nebulosa para eles.

O Washington Post entrou em contato com a Tesouraria dos EUA para tentar esclarecer o quanto eles atuariam em relação ao caso. Mas quando perguntado se a autoridade considera que a Tether viola as sanções do Tornado Cash, o departamento se recusou a comentar.

Enquanto esse é um assunto que cabe discussão e até mesmo está em águas turvas, alguns alertam que a Tether pode estar colocando seus pés em uma grande armadilha ao não seguir todas as sanções impostas pelo governo.

O site citou a opinião de um ex-funcionário sênior do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro (OFAC), que afirmou que Tether está pisando em terreno perigoso. E que, como a sensatez manda, não é inteligente testar o órgão.

“Nunca é uma boa ideia testar o OFAC. Agora é um momento particularmente ruim para qualquer empresa relacionada a criptomoedas fazer isso. E Parece que é isso que eles estão fazendo.”, disse o funcionário.

Com os governos cada vez mais de olho em stablecoins e empresas que possam “ameaçar o dólar”, é bem provável que a Tether não comprará essa briga e logo entrará em conformidade com as sanções.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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