Deixando o fantasma da FTX no passado, o valor de mercado das criptomoedas voltou a marca de US$ 1 trilhão nesta semana. Tal número não era visto desde o início de novembro do ano passado.
Mesmo que algumas altcoins tenham saltado até 70%, como foi o caso da Solana, o destaque fica para o Bitcoin. Segundo dados do CoinMarketCap, a dominância de 41% do BTC é a mais alta dos últimos seis meses.
Já o Ethereum, segunda maior do mercado, também apresentou bons ganhos. Desde 1º de janeiro, a criptomoeda criada por Vitalik Buterin registra alta de 30%.
Alta inesperada das criptomoedas faz classe de ativos voltar para US$ 1 trilhão
Deste US$ 1 trilhão, 85% referem-se as 10 maiores criptomoedas do mercado. Como destaque, o Bitcoin é responsável por mais de 400 bilhões nesta soma, já o Ethereum por outros US$ 188 bilhões.
Com a crise da FTX ainda fresca na memória dos investidores, a recente alta das criptomoedas foi um tanto inesperada.
Para alguns, o motivo deste rally está associado aos dados da inflação dos EUA. Publicado na última quinta-feira (12), os mesmos mostraram um aumento no poder de compra do dólar. Sendo assim, investidores esperam que o Fed pegue mais leve no aumento das taxas de juros, o que pode levar mercados (tanto cripto quanto acionários) a retomadas de preços.
Já outros, como o ex-diretor da SEC, acreditam que tal alta do Bitcoin tenha sido fruto de uma manipulação do mercado.
Mercado mudou bastante desde a primeira vez que chegou a US$ 1 trilhão
Há dois anos, no início de 2021, as criptomoedas atingiam o valor de US$ 1 trilhão pela primeira vez na história. No entanto, muito mudou desde então.
O Bitcoin estava ainda mais dominante naquela data, com cerca de 70% de todo mercado. Já as dez maiores criptomoedas também passaram por grandes mudanças.
Enquanto 2021 apresentava nomes como Litecoin (LTC), Polkadot (DOT), Bitcoin Cash (BCH), Stellar (XLM) e Chainlink (LINK), hoje estas três foram substituídas por duas stablecoins, USDC e BUSD, bem como pela Binance Coin (BNB), Dogecoin (DOGE) e pela Polygon (MATIC).
Em outras palavras, criptomoedas como Bitcoin e Ethereum parecem ser a opção mais conservadora. Já aqueles que gostam de risco, podem sonhar que sua altcoin favorita entre neste top 10 após uma sequência de altas.
Bitcoin ultrapassa Facebook e Tesla
Saltando de US$ 318 bilhões para US$ 400 bilhões desde o início do ano, o Bitcoin novamente ultrapassou a capitalização de mercado de diversas gigantes da indústria.
Agora ocupando a 18ª posição, o BTC já está valendo mais que empresas como Tesla, Mastercard, Facebook (Meta), Procter & Gamble, Samsung, Nestlé e Chevron. Ou seja, mesmo que alguns críticos tenham massacrado o Bitcoin no último ano, a maior e mais antiga criptomoeda do mercado está bem viva.
Até onde vai a alta do Bitcoin e outras criptomoedas?
No momento, o principal desafio das criptomoedas é manter seu valor de mercado acima de US$ 1 trilhão. Afinal, este pode ser uma grande resistência para os touros, assim como a região dos US$ 30.000.
Por outro lado, vale notar que o Bitcoin sozinho já atingiu esta marca. Tornando-se o ativo que mais rápido alcançou a marca de 1 trilhão de dólares, em apenas 12 anos. Como comparação, o Google levou mais de duas décadas.
Usando seu topo de US$ 1,2 trilhão como base, os mais otimistas podem então acreditar em uma valorização de até 300% em relação ao seu preço atual.
No entanto, 2023 deve apresentar seus próprios desafios ao mercado de criptomoedas. Como exemplo, a disputa bilionária entre a Gemini e a DCG promete ser uma dor de cabeça aos investidores.
Além disso, o Fed ainda deve voltar a aumentar a taxa de juros neste ano. Mesmo menores, tais aumentos não devem deixar investidores com tanto apetite por risco.
Por fim, com ou sem registrar novos picos, os primeiros dias de 2023 mostram que este será mais um ano interessante para as criptomoedas, cabendo aos investidores aproveitar as suas oportunidades.