Michael Saylor, fundador da Strategy, voltou a dizer que doará todos os bitcoins que acumular em sua vida. Em conversa com duração de duas horas com a CoinDesk, publicada nesta terça-feira (25), o bilionário falou sobre sua vida pessoal e legado, criptomoeda, política e regulação.
Além de Saylor, outros bilionários do setor de criptomoedas também pretendem doar suas fortunas.
O maior exemplo é Changpeng Zhao, CEO da Binance, hoje 24º na lista de bilionários da Forbes. Em 2021, o executivo demonstrou a intenção de doar 90 a 99% de sua riqueza. Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, prometeu o mesmo, mas acabou falindo antes disso.
O motivo por trás desse pensamento pode envolver filosofias pessoais ou até mesmo uma pressão social para a transformação de suas imagens públicas, convertendo-as de acumuladores gananciosos para pessoas generosas.
Michael Saylor explica porque queimará todos os seus bitcoins
Hoje estima-se que Michael Saylor possua 17.732 bitcoins (R$ 8,9 bilhões). Já a sua empresa, a Strategy, detém a maior posição do mercado com mais de 500.000 moedas.
Embora já tenha falado sobre o tema no passado, o bilionário voltou a tocar no assunto nesta terça-feira (25) em conversa com a CoinDesk, explicando porque queimará todos seus bitcoins.
“Em que você acredita? Qual é o seu valor? Se você tem um valor, se o seu valor é, por exemplo, querer preservar um parque para sempre com dinheiro, você deixa o seu dinheiro para uma IA capitalizada por Bitcoin, e o parque será preservado para sempre. Talvez você veja suas ideias sendo preservadas para sempre”, iniciou Saylor.
“Se você não tiver uma única ideia […] você tem a opção de converter o máximo de bitcoins […] e queimar a chave [privada].”
Explicando seu pensamento, Saylor nota que a diminuição da oferta ou pressão vendedora fará com que todas as outras pessoas que investem em Bitcoin se beneficiem disso. O bilionário cita Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, que queimou 1,1 milhão de bitcoins.
“Isso me parece uma forma de caridade eticamente mais correta, mais sólida”, comentou, citando ineficiências em modelos centralizados, onde uma empresa controlaria seus ativos após sua morte.
“Você deixa o dinheiro para a humanidade, para todos que acreditam no que você acredita. Eu acredito em Satoshi e em sua visão: soberania, direito à propriedade, liberdade, empoderamento econômico, imortalidade econômica. Acredito que ninguém deveria poder roubar seu dinheiro. Acredito que você deveria ter o direito de mantê-lo.”
“E aí você pode perguntar: “Para quem você deu mais poder?” Dei mais poder para quem mais acredita no que acredito”, continuou o bilionário. “Esse é o meu legado.”
A entrevista completa pode ser assistida no vídeo abaixo.