O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), afastou do mercado os líderes de uma pirâmide que prometia rendimentos com criptomoedas. Ao todo, 13 pessoas agora estão impedidas de tentar se comunicar com ex-clientes que foram lesados.
Em junho de 2020, o Gaeco deflagrou a Operação Criptomoeda, após denúncias de investidores chegarem até a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Nas denúncias, a empresa Go Capital foi acusada de operar com ofertas de 3% ao mês fixos. Assim, muitos clientes começaram a suspeitar que o negócio não era sólido e a CVM encaminhou ao MPSC a investigação sobre a empresa.
MPSC afasta líderes de pirâmide com criptomoedas do mercado
O MPSC divulgou na última segunda-feira (27), que todos os investigados pela Operação Criptomoedas devem se afastar do mercado de Balneário Camboriú.
Quando alvo das autoridades, a empresa teve que colocar avisos em suas redes sociais de que não estava mais autorizada a funcionar, o que chamou atenção de todos os seus clientes para a operação policial.
Estima-se na investigação de que 3.500 pessoas de todo o Brasil tenham perdido 7 milhões de reais no esquema que prometia lucros certos em um mercado altamente volátil.
Além de não poder mais captar clientes para seus negócios, os líderes alvos da nova medida judicial estão impedidos de contatar qualquer testemunha ou vítima. Em nota, o MP divulgou que a empresa atuou com a promessa de ganhos em vários segmentos, mas era tudo fachada para suas atividades criminosas.
“De acordo com a 6.ª Promotoria de Justiça, a empresa se apresentava como suposta investidora de criptomoedas, Bovespa, Forex, Opções Binárias, Bolsa dos EUA, mas, na verdade operava um esquema de pirâmide financeira, movimentado valores em dinheiro e criptomoedas, além de veicular propaganda enganosa com a divulgação de informações falsas, com a promessa de altíssimos rendimentos sobre o capital investido.”
Organização criminosa e pirâmide financeira
Nos últimos anos, o Brasil viu surgir vários esquemas de pirâmides financeiras que buscaram se associar com a imagem das criptomoedas, prometendo lucros certos ao dia, por semana ou até mensal.
No caso da Go Capital, os 13 líderes diretos do esquema são acusados de “de crime contra as relações de consumo (propaganda enganosa), de crime contra a economia popular (pirâmide financeira), de apropriação indébita, de lavagem de dinheiro e de integrar organização criminosa“.
Eles ainda serão julgados e declarados culpados ou não, mas o fato é que órgãos de investigação no país já estão de olho nos crimes neste setor, mesmo sem uma regulação específica sobre o tema ainda.