Em nota publicada pela Nahmii na última quinta-feira (8), a empresa destaca que o código do protótipo da CBDC da Noruega está disponível para todos no GitHub. Segundo o próprio Banco Central, a coroa norueguesa digital está sendo testada no Ethereum como um token ERC20, padrão mais utilizado pela indústria.
Apesar de parecer novidade, o BC da Noruega já está de olho no Ethereum há meses. Em postagem de maio deste ano, o mesmo aponta que “optou por utilizar tecnologia baseada em código aberto” para seus testes.
Como destaque, cita a tecnologia do Ethereum e os motivos pelos quais diversas stablecoins optaram por esta rede, notando o crescente desenvolvimento de programas complementares, como carteiras, ao redor deste ecossistema.
Banco Central da Noruega libera código aberto de sua CBDC no Ethereum
Enquanto algumas pessoas apontam que Bancos Centrais podem investir em Bitcoin no futuro, o Ethereum também está na mira dos mesmos. Embora não seja tratado como uma reserva de valor, ele pode servir como base para moedas digitais de bancos centrais, as CBDCs.
Na última sexta-feira (8), a Nahmii, empresa contratada pelo Banco Central da Noruega, disponibilizou o código dos testes da coroa norueguesa digital para todos no GitHub.
Criado no Ethereum, seu frontend foi “projetado para oferecer uma interface intuitiva e clara”. Além disso, também conta com processos de cunhagem e queima, assim como stablecoins que hoje são o maior caso de sucesso dentro deste ecossistema.
“Como parte de nossos testes experimentais de CBDC, a Nahmii desenvolveu uma infraestrutura de protótipo baseada na tecnologia Ethereum”, escreve o Banco Central da Noruega “Alguns atores já estão envolvidos nos testes, mas esperamos que mais participem! Você pode encontrar o código-fonte aberto no Github.”
Du kan lese mer om eksperimentell testing av digitale sentralbankpenger i dette blogginnlegget på Bankplassen blogg: https://t.co/VuPWyBdehZ
— Norges Bank (@NorgesBank) September 9, 2022
Ethereum aguentaria CBDCs em sua rede?
No momento, é difícil imaginar que o Ethereum possa servir de base para alguma CBDC. Afinal, altas taxas de transação seriam o maior empecilho para que cidadãos tenham uma boa experiência com uma moeda digital estatal nesta blockchain.
Entretanto, a chegada do The Merge, programada para a próxima quinta-feira (15), abre caminhos para mais desenvolvimentos do protocolo. Como destaque, seus desenvolvedores acreditam que conseguirão escalar a rede para suportar 100.000 transações por segundo com a tecnologia sharding, programada para 2023.
Além disso, tokens em sua rede podem ser construídos para oferecer grande poder a seus criadores, ao contrário do ETH. Como exemplo, moedas podem ser criadas ou destruídas, bem como saldos podem ser congelados, sendo isso tudo que um Banco Central precisa saber.
Por fim, o Ethereum poderia resolver o problema da interoperabilidade entre CBDCs, caso se torne um padrão entre BCs. Como consequência, o ether (ETH) poderia ter imensa valorização já que cada usuário precisaria ter uma pequena fração para cobrir as taxas de transações, ainda que estas sejam reduzidas a quase zero.