Eventos globais têm sido um verdadeiro teste para o Bitcoin no início deste ano, sendo o bloqueio de contas bancárias no Canadá e o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia. Talvez estes sejam os principais motivos pelos quais o número de baleias com mais de 1.000 BTC tenha crescido tanto nos últimos dias.
Enquanto de um lado temos ucranianos recebendo doações em criptomoedas para suportar o ataque a seu país, do outro temos russos driblando sanções ou apenas tentando proteger seu capital conforme o rublo já perdeu 44% de seu valor em uma semana.
Já no Canadá, a confiança tanto com o governo quanto com bancos também caiu significativamente após a aprovação da Lei de Emergências. Fazendo com que a impossibilidade de confisco de Bitcoin surgisse como uma de suas grandes características.
Número de baleias de Bitcoin cresce 7%
Dados do BitInfoCharts apontam a existência de 2.040 endereços portando entre 1.000 e 10.000 no dia 22 de fevereiro. Treze dias depois, nesta segunda-feira (7), este número saltou cerca de 7% conforme agora 2.179 endereços possuem tais quantias.
Somado aos fatos citados acima, outro motivo que pode ter ascendido tal número é o medo de confisco de bitcoins guardados em exchanges. Afinal governos podem obrigar tais empresas a fazerem isto.
Como exemplo, a Coinbase registrou o bloqueio de mais de 25.000 endereços ligados a potenciais atividades ilegais. Embora outras exchanges como a Binance não tenham aderido a tais sanções, é notável que congelamento de contas de usuários são um tanto frequentes, como no caso do brasileiro que teve R$ 6 milhões bloqueados recentemente.
Com isso, o fato de cada vez mais pessoas estarem conscientes que exchanges não são um bom local para armazenar suas criptomoedas, talvez este seja mais um motivo do número crescente de baleias com mais de 1.000 BTC (R$ 200 milhões) no bolso.
Guerra já está impactando o mercado
Sem um cessar-fogo e com diversas sanções impostas a Rússia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou neste sábado (5) que tal guerra terá impactos severos na economia conforme cadeias de abastecimento já estão enfrentando problemas. Provavelmente o mais rápido a ser sentido será o preço dos combustíveis.
“Os choques de preços terão impacto em todo o mundo, especialmente nas famílias pobres para as quais alimentos e combustíveis são uma proporção maior das despesas”
Com isso, ativos como ouro e Bitcoin estão sendo vistos como uma possível proteção ao potencial aumento de preços. Já os mais precavidos, como o jornalista Gustavo Bertolucci do Livecoins, recomendam estocar alimentos.
Por fim, além do crescente número de baleias, com um portfólio entre 1.000 e 10.000 BTC, também podemos notar um crescimento no número de endereços contendo entre 0,00001 e 10 BTC. Portanto, não são apenas as baleias que estão buscando proteção.