Por causa da pandemia do coronavírus, a cada semana o mercado financeiro fica mais pessimista quando o assunto é recuperação da economia brasileira.
No boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (25), economistas e instituições financeiras consultadas pelo BC (Banco Central) projetaram uma queda de quase -5,89% para o PIB (Produto Interno Bruto) do país. Na semana passada, a previsão era de -5,12%.
O mesmo relatório, que é divulgado toda semana, também fez novas projeções para dólar, Selic (taxa básica de juros) e inflação brasileira.
Dólar deve se valorizar ainda mais frente ao real, aponta relatório
A previsão dos especialistas consultados pelo BC é que a moeda norte-americana chegue ao final de 2020 valendo R$ 5,40, e não R$ 5,28, como projetado no relatório publicado na semana anterior.
Vale lembrar que analistas de corretoras de valores são mais pessimistas em relação à valorização do real. A previsão deles é que a moeda brasileira caia ainda mais e o dólar alcance o patamar de R$ 6.
Além do coronavírus, o principal motivo para a acentuada queda do real frente à moeda norte-americana, segundo especialistas ouvidos pelo jornal Financial Times, é a instabilidade política brasileira.
Taxas básica de juros deve continuar em 2,25%, segundo relatório
O relatório do BC também prevê que a Selic – taxa básica de juros da economia brasileira – seja de 2,25% ao ano. É a mesma porcentagem projetada na semana passada.
Com uma taxa básica de juros baixa, o crédito fica mais barato, o que incentiva a produção, o consumo e a atividade econômica. Por outro lado, juros menores podem afastar ainda mais o investimento estrangeiro, já que os títulos da dívida pública brasileira ficam menos atrativos.
Inflação brasileira deve ficar abaixo de 2%
De acordo com o relatório Focus, a inflação brasileira deve ser de 1,57% neste ano, projeção menor do que a estimava feita na semana anterior (1,59%). Essa previsão está abaixo da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 4% em 2020.
Os economistas consultados pelo BC também projetaram uma redução de 3,20% para 3,14% da inflação de 2021. Já as previsões para a inflação de 2022 e 2023 continuam as mesmas (3,50%).