PF investiga se hackers de Moro receberam bitcoin em troca de mensagens

Corretoras de criptomoedas já repassaram supostas informações sobre os quatro presos na Operação Spoofing.

Autoridades investigam o uso de criptomoedas como o bitcoin pelos quatro presos na Operação Spoofing. A Polícia Federal procura a relação entre transações suspeitas e a suposta venda de mensagens, obtidas através da invasão de celulares de autoridades no Brasil.

As criptomoedas foram relacionadas ao caso envolvendo o ministro da justiça Sérgio Moro. Pelo menos dois dos quatro presos na Operação Spoofing realizaram transações com criptomoedas como o bitcoin.

Essas transações estão sendo investigadas em busca de um suposto pagamento pelas informações obtidas pelos hackers. Sendo assim, autoridades solicitaram informações para seis exchanges brasileiras. Além disso, uma incompatibilidade de renda entre os hackers foi apontada pelas autoridades como algo a ser apurado.

Investigação procura suposto pagamento em bitcoins para hacker

No último dia (23), quatro acusados de terem invadido celulares de autoridades como o ministro da justiça Sérgio Moro foram presos. Os hackers são apontados como as possíveis fontes para as reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil conhecidas como “Vaza Jato”.

Segundo Walter Delgatti Neto, a invasão resultou em informações que foram repassadas ao jornalista Glenn Greenwald.  Enquanto isso, o jornalista por trás do The Intercept Brasil alega que sua fonte, com sigilo protegido por lei, seria outra.

Walter, também apontado com o codinome “Vermelho”, negou em depoimento que recebeu qualquer tipo de pagamento para repassar as informações ao jornalista. Por outro lado, autoridades investigam transações com criptomoedas que poderiam levar a um suposto pagamento pelas informações.

Seis corretoras de criptomoedas já foram notificadas pelo caso

As autoridades buscam informações sobre os quatro presos na Operação Spoofing através de exchanges. Essas corretoras de criptomoedas podem ter registro de transações em nome dos quatro envolvidos no caso da invasão hacker. Como resultado, a justiça determinou o repasse de informações sobre o caso.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira notificou inicialmente três corretoras de criptomoedas no Brasil. A Foxbit, o Mercado Bitcoin e a Braziliex foram notificados pelo juiz e tiveram que prestar informações sobre os quatro presos.

Em entrevista ao Estadão, João Canhada, disse que o processo ocorre em “segredo de justiça”. Ou seja, informações sobre o processo não puderam ser repassadas. O CEO da Foxbit falou sobre os dados que ficam disponíveis sobre transações envolvendo criptomoedas.

“É como se seu extrato bancário estivesse completamente disponível, mas sem o nome.”

Além das três exchanges notificadas pelo juiz, outras três empresas também receberam a mesma determinação judicial posteriormente. Sendo assim, Brasil Bitcoin, 3xbit e Omni Trade também foram notificadas sobre o caso.

Casal com renda incompatível estão sendo investigados

Na última sexta-feira (26) o juiz responsável pelo caso determinou o bloqueio de qualquer quantia em criptomoedas em nome dos quatro presos. Autoridades procuram por dados que possam levar a carteiras digitais onde criptomoedas estariam sendo armazenadas pelos investigados.

As autoridades que investigam o caso suspeitam de pagamentos envolvendo o bitcoin. Uma incompatibilidade de renda de dois suspeitos reforçam a necessidade da investigação.

Gustavo Henrique Santos e Suellen Priscila de Oliveira foram presos na Operação Spoofing. O casal possui movimentações atípicas que serão investigadas pela Polícia Federal. Embora a renda do casal seja de apenas R$ 5 mil mensais, o COAF apontou uma movimentação suspeita em nome de Gustavo e Suellen.

O COAF que o casal possui mais de R$ 600 mil em contas. Foram encontrados em nome de Gustavo Henrique Santos R$ 424 mil e em nome de Suellen cerca de R$ 200 mil. Segundo as autoridades, esse valor não condiz com os vencimentos do casal.

Seria necessário muito tempo para conseguir acumular tamanha quantia. De acordo com o juiz, o rastreamento de recursos relacionados ao casal permitirá a descoberta de suspostos patrocinadores para o caso.

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Paulo Carvalho
Paulo Carvalho
Jornalista em trânsito, escritor por acidente e apaixonado por criptomoedas. Entusiasta do mercado, ouviu falar em Bitcoin em 2013, mas era que nem caviar, "nunca vi, nem comi, só ouço falar".

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