A PF designou mais um servidor de seus quadros para fazer um curso de Bitcoin em El Salvador. Não está claro ainda qual a vantagem neste curso que será feito no pequeno país da América Central, mas os agentes terão suas despesas básicas pagas pelo governo, com ônus limitado.
No último mês de dezembro, a PF divulgou que dois agentes irão para El Salvador, sendo um deles Delegado e o outro Agente da Polícia Federal. O curso será oferecido na capital do país, mas ainda não está claro quem o está organizando.
PF vai mandar mais um servidor para El Salvador
A nova participação de um servidor da PF foi divulgada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (7). Esse documento foi assinado pelo Diretor Geral da PF em Brasília, Paulo Gustavo Maiurino.
“[…] autoriza que se afaste do país o Escrivão de Polícia Federal ÍCARO LEMOS BARBOSA, para participar do Curso de Investigação de Uso Criminoso de Criptomoedas, em San Salvador/El Salvador, no período de 15 a 29 de janeiro de 2022, inclusive trânsito, com ônus limitado”.
O que chama atenção para este caso é que El Salvador é o primeiro país a tornar o Bitcoin uma moeda de curso legal em seu território, após apoio do presidente e congresso local.
Além disso, o país prepara para promover uma grande estrutura financeira ligada a moeda digital, como empréstimos, entre outros mais.
Mesmo assim, quando o presidente Nayib Bukele anunciou que o Bitcoin se tornaria de curso legal, ele se comprometeu a combater fraudes neste mercado, ou seja, não está claro se o curso alvo dos servidores da PF no Brasil tem alguma relação com o governo local, que poderia justificar a ida de agentes para um país que recém adotou a tecnologia.
Operações da PF no Brasil e cooperação internacional
De qualquer forma, o caso chama atenção, visto que a PF é a instituição policial brasileira que defende os interesses da União, subordinada diretamente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No Brasil, a PF já fez várias operações contra golpes no mercado de criptomoedas e apreendeu dispositivos e líderes de esquemas. O entendimento da polícia sobre o assunto tem melhorado nos últimos anos, após uma série de investigações no setor.
No final de 2021, a PF colaborou com a Interpol e PM de Goiás para prender um piramideiro em Goiânia, que fraudou milhares de pessoas na África do Sul. Ou seja, além de operações nacionais, a autoridade policial também colabora com outros países, sendo esse um dos motivos que podem estar justificando a ida de agentes para El Salvador.