Uma pirâmide financeira encerrada pela Operação Midas, conduzida pela Polícia Civil do Estado do Paraná, foi condenada a devolver o investimento de alguns clientes. O problema para a justiça está sendo em encontrar dois líderes do negócio.
Isso porque, no Diário da Justiça do Paraná, no dia 25 de março, a Blockchain IT Kriptons segue com seus líderes foragidos. O presidente da empresa, Daniel Kaminski de Souza, se apresentava como um desenvolvedor da criptomoeda Ethereum Classic.
Contudo, com a Blockchain IT, Daniel teria oferecido rendimentos de 3% ao dia, garantidos, para clientes. A justiça tem procurado o CEO da Kriptons, que continua como foragido desde o último ano. Mesmo com a ausência do líder, a justiça tem dado ganho de causa aos clientes.
Pirâmide financeira encerrada pela Operação Midas continua dando dor de cabeça para investidores
A pirâmide financeira, segundo investigações da Polícia Civil do Paraná, Krypton Unite, ou Blockchain IT Kriptons, segue com impasses judiciais. Isso porque, com o desaparecimento do principal líder, clientes continuam sem receber.
De acordo com uma publicação no Diário da Justiça do Paraná, na data 25 de março, alguns clientes continuam a buscar seus direitos. Em um pedido de Tutela de Urgência, o juiz que cuida do caso deu parecer favorável para os antigos clientes da pirâmide.
Os clientes teriam aportado R$ 27 mil no esquema fraudulento, e foram surpreendidos pela notícia que a Blockchain IT Kripton teria sido encerrada pela polícia. A Operação Midas prendeu nove pessoas em dezembro de 2019. Os clientes da antiga empresa também solicitaram na justiça rescisão contratual.
vale destacar que o requerido se apresentava como atuante no investimento financeiro, sem qualquer convênio como Banco Central e possuía sua sede na cidade de Curitiba/PR, Angariava “investimentos” de terceiros, sob a falsa promessa de um lucro satisfatório através de aplicações em criptomoedas, sob a expectativa de um investimento com rentabilidade de até 3% (três por cento), ao dia, variando conforme as flutuações do mercado
Clientes investiram todas as suas economias na pirâmide
Os clientes que ingressaram na justiça informaram que investiram todas as suas economias na fraude. Além disso, informaram que a pirâmide passava credibilidade, que os levou a cair no golpe.
Em maio de 2019, os clientes receberam um e-mail da empresa, informando que o saque seria feito em até 90 dias. Após o fim do período, receberam novamente um comunicado, informando que o prazo de saque seria novamente prorrogado, desta vez por 180 dias. O segundo comunicado foi feito em agosto de 2019.
A notícia da prisão dos líderes da pirâmide na Operação Midas, em dezembro de 2019, “colocou fim a todas as esperanças dos autores“. No site da Kripton, apenas uma carta de despedida, está disponível para os investidores. O acesso à plataforma não é mais possível, com o paradeiro de Daniel ainda desconhecido.
Apesar do sumiço dos líderes, o juiz deu parecer favorável ao bloqueio do valor investido em contas da empresa. Com isso, os clientes passam a ter a promessa de receber suas economias novamente, em data ainda não definida.
Presidente da Blockchain IT Kriptons se apresentava como desenvolvedor da Ethereum Classic
Se Daniel criou um negócio fraudulento que deixa marcas em investidores brasileiros, não era assim sua imagem nas redes sociais. O presidente da Kriptons se apresentava como desenvolvedor da Ethereum Classic, uma famosa criptomoeda. No perfil de Daniel em seu LinkedIn, o homem afirmava ser um dos quatro fundadores da ETC.
Além disso, Daniel se apresentava como um profeta dos investimentos. Quando a Polícia Civil do Paraná conduziu a Operação Midas, encerrou a pirâmide financeira e prendeu alguns dos líderes.
Daniel e Camila Kaminski, contudo, continuam foragidos da justiça, segundo juiz que apurou caso deferido nesta quarta (25). Devido à pandemia do novo coronavírus, o juiz dispensou audiência inaugural.
Considerada uma quadrilha especializada, utilizava carros para lavar dinheiro do esquema, que teria fraudado pessoas em seis estados brasileiros. Vários carros foram apreendidos pela PC-PR em dezembro de 2019, e deverão ser utilizados para pagar eventuais danos aos clientes.
O crime, segundo as investigações, pode ter movimentado mais que R$ 1,5 bilhão das vítimas. Esse valor teria sido subtraído de cerca de 5 mil clientes, que desde 2019, não conseguem reaver seus investimentos.