Uma pirâmide financeira que chegou a atuar no Brasil e movimentou 82 mil bitcoins de vítimas de vários países viu seus principais líderes serem acusados de fraude pela CVM dos EUA, a SEC.
Durante o processo de investigação, a CVM no Brasil e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de Portugal ajudaram a esclarecer o caso.
São acusados o líder global da Trade Coin Club e mais três promotores do golpe nos Estados Unidos, que podem receber penas por envolvimento na fraude financeira.
No Brasil, pelo menos 5 pessoas se apresentam como funcionários da pirâmide financeira Trade Coin Club no LinkedIn, o que demonstra que o país registrou uma das maiores bases de recrutadores ao lado dos EUA.
Com sua atuação nebulosa, a Securities and Exchange Commission (SEC) iniciou um processo de investigação internacional sobre o caso, que movimentou 82 mil bitcoins, avaliados em US$ 292 milhões na época.
As suspeitas indicam que 100 mil pessoas foram lesadas pelo golpe internacional, que chegou a captar clientes no Brasil e Portugal.
Os acusados pelo golpe são Douver Torres Braga, Joff Paradise, Keleionalani Akana Taylor, Jonathan Tetreault. Braga é apontado como o criador do esquema que durou de 2016 a 2018, utilizando a imagem de um robô de negociações para captar clientes.
Com supostas milhares de negociações realizadas, as promessas eram de ganhos de 0,35% ao dia, o que levou muitas pessoas a depositarem seus patrimônios na fraude.
As investigações apontam que 8.396 bitcoins foram para carteiras pessoais do líder do esquema e nunca foram utilizadas em operações, o que indica um claro esquema Ponzi para enriquecimento próprio.
Um dos chefes da Divisão de Execução da SEC, David Hirsh, declarou que Braga apenas lucrou com o esquema ao convencer pessoas interessadas em investimentos de criptomoedas.
“Alegamos que Braga usou A Trade Coin Club para roubar centenas de milhões de investidores em todo o mundo e se enriquecer explorando seu interesse em investir em ativos digitais. Para garantir que nossos mercados sejam justos e seguros, continuaremos a usar ferramentas analíticas e de rastreamento de blockchain para nos ajudar na busca de indivíduos que cometem fraudes de valores mobiliários.”
O marketing multinível também era uma das técnicas que o esquema utilizou para prometer ganhos adicionais aos investidores, completando as suspeitas da fraude.
Um dos promotores tenta um acordo com o tribunal de justiça, colaborando com as investigações.
Comentários