População do Chile corre para as criptomoedas com crise na economia

Preferência da população é por stablecoins, disse uma das corretoras do país.

A população do Chile é mais uma que corre para a realidade das criptomoedas, após o país registrar problemas em sua economia. Ao lado da Argentina, outro país que tem visto uma grande adoção de Bitcoin por conta da crise, o caso pode mostrar que a América Latina tem visto sentido em moedas alternativas a de seus próprios bancos centrais.

A população do país já vinha acompanhando o crescimento da tecnologia nos últimos anos. Em 2019, por exemplo, o Ministro da Fazenda no Chile indicou que as criptomoedas e fintechs seriam reguladas em breve.

Em 2021, um senador chileno anunciou que comprou Bitcoin para sua aposentadoria, indicando que na classe política do país a novidade já chegou.

Além disso, um candidato a presidente nas eleições chilenas pediu cautela com o Bitcoin, mesmo reconhecendo que a mineração teria um bom desempenho no país.

População do Chile corre para as criptomoedas com piora na crise econômica

Mesmo com queda na cotação das criptomoedas, a situação na economia de alguns países chega a ser pior e mais incerta que o futuro das moedas digitais descentralizadas.

De acordo com o portal Coindesk, que conversou com o CEO de uma corretora de criptomoedas chilena, há um grande aumento no volume de negociações de stablecoins, indicando que a população local corre do Peso chileno (CLP).

Após anos de uma economia estável, a moeda local começa a perder força, sendo que em junho o Peso alcançou sua menor cotação em Dólar de toda a história. Além disso, a inflação disparou no Chile, indicando que a situação é grave.

No segundo trimestre de 2022, representantes de corretoras indicaram para a reportagem que houve um aumento de pelo menos 50% das negociações em stablecoins, principalmente USDC e USDT.

Essas moedas pareadas em Dólar só não superam em volume as negociações de Bitcoin e Ethereum, que seguem liderando no país.

Constituição do Chile poderá ser alterada pela primeira vez desde 1980

A última vez que a constituição chilena foi alterada foi na década de 80, quando o país ainda estava sob o regime ditatorial de Augusto Pinochet.

Mas em setembro de 2022, uma nova constituição poderá ser aprovada pela população local, o que tem gerado incertezas na economia local. Dessa forma, muitos chilenos correram aos bancos para abrirem contas internacionais, mas a burocracia dessas instituições leva muitos para as criptomoedas, sendo uma forma de sair da moeda local.

Vale lembrar que a realidade no Chile sobre as criptomoedas é um pouco similar, com corretoras nacionais pressionando por regulamentações e com várias disputas contra bancos na justiça. Além disso, o governo local estuda o lançamento de uma moeda digital CBDC em breve.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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