A PF, em apoio a Portugal, anunciou que prendeu um casal de brasileiros que falsificava passaportes. Ao cometer as fraudes, eram cobrados mais de 1 Bitcoin pelo serviço, que chamou atenção das autoridades.
Toda a negociação para obter um passaporte falsificado acontecia pela deep web. Dessa forma, clientes do casal negociavam com criptomoedas a confecção de um documento válido na Europa.
Apesar da prisão ter acontecido em Portugal, havia pouco tempo que o casal estava morando no país. Antes disso, já eram investigados pela Polícia do Reino Unido, desde 2018.
A polícia de Lisboa que realizou a operação contra o casal, que postavam os documentos pelo correio. As autoridades que cuidaram do caso afirmam que a qualidade dessa falsificação era alta.
PF e Portugal prende casal de brasileiros que falsificava passaportes em troca de criptomoedas
Portugal anunciou a prisão de um casal de brasileiros em Lisboa, cometendo crimes sofisticados. A dupla foi presa na última segunda-feira (28) após uma investigação que durava dois anos contra uma quadrilha internacional.
Entre as ações do grupo estão a “fabricação e venda de documentos falsificados, fraude de processos para obtenção de cidadania e contrabando de imigrantes“. Em nota, a Polícia Federal do Brasil, em Belo Horizonte, declarou que os suspeitos estavam sendo monitorados.
A prisão aconteceu após um acordo de cooperação internacional, envolvendo a PF, Europol, a polícia do Reino Unido e Portuguesa. A dupla presa era parte da quadrilha que, após a produção de documentos falsos, negociava estes pela deep web.
Como pagamento, eram pedidos 10 mil euros por documento, ou seja, cerca de 65 mil reais hoje. Considerando o preço do Bitcoin hoje, este valor daria mais de 1 BTC por documento falso.
Além disso, no momento da operação policial, as autoridades apreenderam máquinas de mineração de Bitcoin com o casal de brasileiros.
“Durante as buscas, os investigadores portugueses encontraram enorme quantidade de documentos e passaportes falsos de nacionalidades diversas, inclusive brasileira, além de equipamentos de informática de alta tecnologia para mineração de bitcoins e prática de crimes cibernéticos”, afirmou a PF em nota
O que mais chamou atenção de fato era a qualidade da falsificação, considerada alta. No momento da prisão, impressoras de alta qualidade e vários documentos foram apreendidos.
Caso acontece em meio a uma pressão por regulamentação do Bitcoin em Portugal
Ainda em 2019, Portugal tinha chocado o mundo ao anunciar que transações com criptomoedas deveriam ser isentas de imposto. Na época, a Autoridade Tributária falou até que nem o imposto de renda deveria ser pago pelos traders.
No entanto, em 2020 o governo de Portugal é um dos que mais tem prestado atenção no tema das criptomoedas. Por lá, o Banco de Portugal assumiu no início de setembro a regulamentação do setor. Isso dois meses após a posse do novo presidente.
Apesar do caso da quadrilha que falsificava passaportes e vendia por Bitcoin ter sido isolado, joga luz sobre atividades criminosas envolvendo as criptomoedas, em um momento delicado.
Vale destacar que o presidente do Banco de Portugal considera as criptomoedas um setor preocupante e pode até usar o caso para impor regras mais duras ao setor.